Escrevi o outro dia que nas recentes eleições americanas não foi apenas Hillary Clinton que perdeu. Clamorosamente quem saiu derrotado foram as sondagens, as quais, como é do conhecimento, geral, previam a vitória clara de ex-Secretária de Estado.
Pois bem, neste fim-de-semana, cá no burgo, também deram à estampa as mais recentes sondagens, as quais dão quase a maioria absoluta ao PS, colocando este em autêntica maré eufórica e até polvorosa. Pudessem eles ter a certeza absoluta da fiabilidade de tais previsões e, estou certo, tudo fariam para provocar a queda do actual governo, de modo a ganhar a maioria absoluta em novas eleições.
Ora, os consultores de imagem e os profissionais de publicidade mais resilientes aprenderam há muito que, tal como as tempestades e as mudanças de clima tendem a fazer-se anunciar aos idosos pelas dores reumáticas, também o desvanecer de alguma crispação social e, sobretudo, o facto de as pessoas sentirem mais algum dinheiro nos bolsos tendem a fazer-se sentir com antecedência e a manifestarem-se de maneira igualmente mais colorida nas sondagens.
Até que um dia, obedecendo às leis da impermanência que regem a Humanidade, surgirão novos sinais, não digo diabólicos mas, com toda a certeza, não benéficos. Nessa altura podem apostar que os homens das sondagens serão os primeiros a notá-los. É evidente que a sorte protege os audazes e se António Costa tem sido algo é corajoso. Porém, já lá diz o ditado “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”.
Adenda: com esta solução governativa a Caixa não encaixa. Voltarei a este assunto, apesar de desencaixar das mais elementares normas de bom senso.