Tantas coisas belas que perdi e outras que ganhei sem ficar com um único registo, a não ser o da memória, a qual com o avançar da idade, é impermanente.
Como gostaria de ter registado, em imagem e/ou som, as sensações, as formas, as cores, as feições e os modos, as aparências, os laços, as intuições e feitios, bem como ter fixado, para a memória futura, instantes de (in)felicidade eternos, estados de espírito plenos e alegrias/tristezas irrepetíveis.
Os amores e desamores de uma vida guardados no colo adormecido de um registo qualquer far-me-iam recordar a herança que começa a desvanecer-se. E como recordar é viver novamente, cada passo e cada conquista seriam modernos ângulos reflexivos.