Uma das notícias de ontem prendia-se com o reforço de equipamentos para as polícias deste país. Um dos jornais de referência titulava que “multas vão ajudar a pagar obras, tecnologia e material das polícias”. Quer isto dizer, numa linguagem muito terra-a-terra, que se as nossas forças de segurança, vulgo PSP e GNR, querem ter melhores quartéis, tecnologias informáticas actuais e automóveis que andem, para não falar noutros bens, só lhes resta uma solução: andarem 24 sobre 24 horas na rua à caça do condutor incauto.
Pouco importa a ladroagem, as malfeitorias, os desacatos na via pública ou em casa, bem como outros crimes similares, pois estes não dão direito a multas e, nessa ordem de ideias, não geram receitas. Pior ainda, acarretam despesas.
No fundo é uma maneira encapotada de aumentar o orçamento das forças de segurança. Os nossos impostos e taxas apenas servem para alimentar a já obesa máquina estatal. Quando esperamos que sirvam para a educação, saúde, justiça e outras questões sociais, entre as quais a nossa segurança, não. Esta última recebe umas migalhas e se quer mais que, como se costuma dizer meio a sério, meio a brincar, que os respectivos profissionais vão para a estrada.