Não costume abordar neste espaço questões relacionadas com o futebol. Contam-se pelos dedos de uma mão os casos em que o fiz durante os treze anos de vigência deste blogue. No entanto, como se costuma dizer, toda a regra admite excepção. Hoje é um desses dias.
O conhecimento dos amigos certos, bem como a “obrigatória” disponibilidade futura demonstrada por estes, a dívida contraída, a qual por muita magnanimidade denotada, jamais é esquecida e mais cedo ou mais tarde será sempre cobrada, assim como a criação líquida de uma reserva mais ou menos fortificada de afectividade pelos laços entretanto criados, são sinónimos de maior ou menor corrupção, por muito que esta nunca venha a ser descoberta ou esteja ensombrada por outras mais-valias que a lei, permeável como sempre, permite e permitirá. O espírito é fraco e a carteira ainda menos.
Vem este articulado a propósito do noticiado pelo Observador, o qual diz que “Mário Centeno pediu ao SL Benfica para que lhe fosse atribuído um lugar na bancada presidencial para assistir ao jogo entre o clube da Luz e o FC Porto, que se disputou a 1 de abril de 2017. O pedido, apurou o Observador, foi feito através do assessor diplomático do ministro das Finanças e incluía um segundo lugar naquela bancada, que seria para o filho de Centeno — um pedido que pode configurar recebimento indevido de vantagem ou colidir com o Código de Conduta do Governo.”
Por outro lado, é bom recordar que o SLBenfica tem um longo e largo litigioso fiscal no valor de milhões de euros. Advinhem a quem, um dia destes, os "mouros" irão recorrer!
É, assim, que sem vergonha podem publicar legislação e mais legislação. Podem rever, repor e reverter leis. Podem até (re)afirmar, bater com os punhos na parede jurando que são os mais honestos deste país. Porém, o importante é que as acções falam por si.