É do conhecimento geral que os professores, à semelhança de outras classes, possuem uma carreira própria, sendo, porém, avaliados de um modo bastante distinto, o que provoca uma progressão muito peculiar.
Assim, enquanto a maioria dos funcionários públicos são avaliados pelo SIADAP (Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública), i.e., através de pontuação, os docentes têm uma avaliação, repito, própria, ou seja, através de uma classificação quantitativa e qualitativa. Até aqui não se vê que venha grande mal ao mundo, como se costuma dizer.
O caso, contudo, muda de figura, quando a pontuação de uns é recuperada para efeitos de descongelamento de carreira, enquanto que a classificação que os professores obtiveram durante os dez anos de congelamento não contará para nada.
Neste sentido, fazer uma greve conjunta com os restantes funcionários públicos, como propõe a Fenprof, não faz sentido, já que o essencial do caderno reivindicativo dos docentes é, pelo exposto, diferente.
Por outro lado, mas não de somenos importância, sabemos todos muito bem que a aludida greve não passa de uma prova de vida do PCP. A enorme derrota nas recentes autárquicas a isso obriga.