Nós somos assim. Primeiro, flexibilizamos o que somos, oferecendo, caso seja necessário, promoções, nem que sejam fátuas, depois, criamos novos conceitos de vida que possam corresponder aos nossos desejos e angústias. No fim, tentamos conceber argumentações, as quais, na maioria das vezes, de robustas nada têm, que consigam apaziguar as nossas consciências.
Face ao contexto social vigente, o desenvolvimento de acções que acompanhem e auxiliem os portugueses é o pão-nosso de cada dia. Então, a nível da juventude nem é bom falar. São tantos os paparicos, os enlevos, as soluções ajustadas a cada instante da sua “precoce” vida, isto para falar das desculpas mais esfarrapadas que inventamos para justificar o seu néscio comportamento e, sobretudo, o seu incumprimento dos deveres, já que sobre direitos são catedráticos, que os nossos jovens prolongam este estado bem para lá dos trinta anos.
Costuma-se dizer que nunca se viveu tão bem como agora e jamais tivemos uma juventude tão bem preparada, apesar de discordar muito relativamente a este item. No entanto, continuamos a investir na qualidade dos serviços que lhes prestamos, com especial incidência na clareza e na transparência da transmissão da informação, bem como na personalização e no aconselhamento da solução mais ajustada e sustentável. Tudo isto é verdade e inquestionável. Esquecemo-nos, porém, do mais importante: a educação.
Atenção que não me refiro ao ensino, mas sim à educação que se aprende em casa, com os pais, avós e restante família, sem olvidar, de modo algum, dos valores incorporados pela comunidade circundante. É aqui que assenta o cerne da questão. Enquanto não resolvermos, definitivamente, esta questão, enquanto não nos consciencializarmos de que é muito mais importante, desde pequenino, a imposição do não do que dizer ámen a tudo, não teremos futuro.
Podemos canalizar rios de dinheiro, ajudá-los a ultrapassar constantemente as suas dificuldades, em suma, trazê-los infinitamente ao colo, fazendo desta geração uma elite de babys, que não podemos ficar orgulhosos nos dias vindouros.