Nos últimos anos tenho dormido mal e cada vez é pior. Porém, nada que se compare com agora. Súbita e enorme alteração de hábitos, a ansiedade devido à pandemia do Covid-19 e, sobretudo, a multiplicidade de afectos referente às relações familiares, têm conduzido a que durma muito mal e, ainda por cima, pouco.
É do conhecimento geral que o sono influencia o nosso sistema imunitário, regula o metabolismo, quer pelo equilíbrio da glicose e da insulina, quer pelo balanço entre hormonas da saciedade e do apetite. Então, a sua preponderância sobre o sistema cardiovascular nem é bom falar. De facto, podemos estar muito mais tempo em jejum do que sem dormir.
Dizem os especialistas que devemos dormir quando o sono surge e não o forçar com o objectivo de cumprir as horas recomendadas. O pior é que geralmente a vontade de dormir surge a horas pouco recomendáveis, como, por exemplo, a seguir ao almoço. Ora, o cumprimento do horário lectivo, bem como uma Laurinha de cinco anos impedem este desejo.
Resta o consolo daquelas velhas palavras que dizem: quando morrer terei muito tempo para dormir.