Todos sabemos como nos devemos relacionar o melhor possível uns com os outros, apesar de no dia-a-dia, por impulso ou abstracção, nem sempre pensarmos na questão. Assiste-se, portanto, a um desenvolvimento inter-relacional nem sempre no sentido de uma verdadeira aproximação à sociedade. Isto por um lado, uma vez que por outro a respectiva consolidação não acontece forçosamente ao nível mais microscópico de cada um de nós, corresponsáveis pela sua afirmação, enquanto simples indivíduos, membros de famílias e comunidades.
Nesta cruzada constante do quotidiano, na forma como cada um de nós o vive (enquanto pessoa, no posto de trabalho, no ambiente familiar, etc.), desenham-se os verdadeiros contornos de construção agregada do edifício comum de cidadania. É, assim, justamente nesta ponte entre o indivíduo e a sociedade, onde se afirmam os nossos valores, que se situa igualmente um dos pontos críticos de amadurecimento do nosso país em matéria de solidariedade. Importa, por isso, reequacionar a forma como os respectivos referenciais - estruturas e políticas – se estabelecem.
Se esta tendência é notória e já demasiado universal, ela redobra, no entanto, de significado quando estamos a falar, como é o nosso caso, de um pequeno país periférico com grandes obstáculos a vencer, os quais só podem ser enfrentados não por fazer muito, mas por fazer bem, melhor que os outros e cada vez melhor.
E desenganem-se aqueles para quem esta reflexão apenas se estende aos grandes e médios aglomerados populacionais, pois tal já se verifica, infelizmente, nos pequenos povoados. Não em termos de tanta grandeza, mas já algo preocupante.