Muito se tem falado do Orçamento do Estado (OE) para 2017. E fala-se uma vez temer-se o aumento da sobrecarga fiscal sobre a classe média, seja lá isso o que for. Já agora convinha, de uma vez por todas, que nos entendêssemos sobre que conceito é este. É que para quem aufere o salário mínimo, um ordenado na ordem dos 1 500/2 000 euros já é muito e, consequentemente, pertence àquela classe. Todavia, quem vence mensalmente estes valores é de opinião de que classe média são aqueles que ganham 4 000/5 000 euros. Estes, por sua vez, acham que, quanto muito, são classe média baixa, já que média mesmo é quem recebe 10 000 euros. E o raciocínio podia continuar ad eternum.
O que sabemos é que voracidade dos governos em geral e deste em particular, apoiado pela esquerda e extrema-esquerda, numa deriva de sovietização, afirma que vai taxar aquilo que apelida por grandes fortunas, na ordem dos 500 000/1 000 000 de euros. Ora, como são poucos aqueles que as possuem, concludentemente, a receita apurada é pouca para manter a gordura do Estado. Como é óbvio - e longe de ser caso virgem – começam, ano após ano, a descer a fasquia, acabando por atingir muitos outros.
Sabe-se que OE ainda está na fase do Rei Pescador, aguardando que Percival lhe faça a pergunta certa que, neste caso é: haverá ou não um aumento brutal de impostos (in)directos sobre os rendimentos e/ou património? Assim como o barqueiro do Hades, Caronte, a quem é necessário dar uma moeda para passar o rio que separa a vida e a morte. Sem moeda vagueia-se no limbo. E a dita classe média? Leva a moeda?