Os especialistas confirmam aquilo que todos já sabíamos, i.e., a curva de crescimento da pandemia do Covid-19 continuou interruptamente a subir desde inícios de Janeiro, só começando a achatar - duas semanas depois - após o encerramento das escolas. São dados concretos e indesmentíveis. Dizem mais: o aludido fecho só pecou por tardio, pois jamais deveriam as escolas terem aberto em Janeiro. Culpa, máxima culpa, do governo.
Todavia, durante duas ou três semanas o governo e sobretudo o ME negou o óbvio. Aliás, o primeiro-ministro, de forma desonesta, chegou a desmentir o intuitivo, ou seja, dizendo que foi no momento em que as escolas encerraram que o pico de transmissão foi alcançado. Estava-se a referir às interrupções de Natal, nas quais, devido à desbragada atitude governamental e não só, houve um criminoso desconfinamento (quase total). Tal foi a sua latitude que a maioria dos cientistas, já nessa altura, recomendavam a não reabertura das escolas, ou seja, a quatro de Janeiro.
Todavia, o governo, o ME e sobretudo o Ministério das Finanças – afinal, é quem manda – sabiam que estavam longe, muito longe de cumprir os objectivos que se propuserem, e proclamaram aos quatro ventos, desde Abril do ano transacto: apetrecharem as escolas e, principalmente, os alunos do material informático necessário a um mínimo digno de E@D. Daí o protelamento máximo. Muitas mortes teriam sido evitadas. Criminosa tal atitude.
Agora, sem qualquer despudor, o ME já começa a falar, contra todas as ideias defendidas pelos peritos, na reabertura das escolas. Volto a repetir: sabem muito bem porque insistem em tal medida. Essencialmente, por culpas no cartório. Principalmente, por existirem milhares de alunos sem as mínimas condições para continuar a seguir as aulas à distância.