A construção do comum tem a palavra cooperação na sua génese. Na verdade, o Homem teve de cooperar com a topografia para encontrar forma de vencer o declive acentuado; o Homem teve de cooperar com factores edafoclimáticos na busca por formas de exploração da terra sustentáveis; o Homem teve de cooperar com o seu vizinho no sentido de desenvolver formas racionais de uso de água; o Homem teve de cooperar com o pastor e com o proprietário florestal no sentido de colmatar as suas necessidades específicas em diferentes alturas do ano.
Ora, se a cooperação foi a razão do sucesso de tantos progressos, não se descortinam razões para não continuar a utilizar a mesma receita. No entanto, hoje-em-dia- são necessárias novas formas de cooperação sem, contudo, deixar cair os “princípios activos” deste remédio.
Esta cooperação é fundamental para alcançar o objectivo de reactivar o há muito adormecido, entender as novas necessidades e definir uma estratégia capaz de reduzir as distâncias, conferindo-lhe dimensão adequada, mesmo que para isso seja necessário substituí-lo na gestão do quotidiano. Dar tempo ao tempo …
Por outro lado, a incerteza do amanhã e o facto de a cooperação ser ou não afectiva pode prejudicar a reciprocidade. Muitas vezes as necessidades dos cooperantes não são como, por exemplo, as dos políticos e, como tal, apercebem-se, a curto prazo, que as suas expectativas não vão ser satisfeitas e, na maior parte das vezes, olvidam que estas têm de ser alteradas como forma de atingir o objectivo inicial da cooperação.