Hoje recebi um telefonema que, sinceramente, não esperava. Paulo Bento, de férias fora do país – pediu-me para não divulgar o local e eu cumpro a promessa -, ligou-me por causa dos meus textos publicados em 23 e 27 de Junho p.p., e algo revoltado, para não dizer indignado, indagou do porquê de não escrever nada sobre o resultado da partida de ontem entre o Brasil e a Alemanha.
E continuou:
- Então, quem não sabia nada de futebol era aqui o “je”, que fiz uma selecção de interesses, onde os jogadores mais pareciam que estavam numa passagem de modelos, do que a trabalhar afincadamente para jogarem verdadeiro futebol?
Sem me deixar falar, de imediato, acrescentou:
E do Filipão e a da sua excelente equipa de ontem, tu e todos os outros comentadores de bancada, agora, não dizem nada?
Depois de o deixar desabafar, lá consegui dizer:
- Oh Paulo, sem querer contrariar-te, é muito diferente ser eliminado na fase de grupos do que numa meia-final.
Retorquiu, desta vez, elevando a voz:
- Pois é, mas apanhar na “pá” quatro ou sete também é muito diferente. Jamais uma equipa, por mim orientada, foi derrotada por tão extensa goleada. Mais: neste momento até posso dar-me ao luxo de pensar que, afinal, somos melhores que o Brasil.
Aqui, sem outros argumentos, disse-lhe que era capaz de ter alguma razão, concluindo a conversa desejando-lhe a continuação de boas férias.