1. Já, por imensas vezes, fui dado como morto. Umas vezes por aqueles que não me querem bem, outras pelos amigos mais ou menos chegados e, infelizmente - vejam o desplante - até, pela própria família. Afinal, sou um sobrevivente!
2. Não tenho a menor dúvida que sou alguém afortunado. Todavia, à semelhança da esmagadora das pessoas, também tenho os meus momentos de infortúnio. Nestes gostaria, como toda a gente, de ter os amigos por perto. Porém, nos últimos dias, olho em meu redor e não vejo ninguém. Talvez, culpa minha!!
3. Sei que não sou compreendido pelo meu actual estilo de vida. Pouco a pouco, umas vezes por querer, outras involuntariamente, enredei-me numa teia que dificilmente sairei. Adoro a agricultura e, por isso, nos últimos anos investi fortemente, tanto em maquinaria, como na aquisição de terreno, bem como ainda no plantio. No entanto, esta circunstância obriga-me a um esforço físico e a uma dedicação tão forte que diariamente me deixa exausto. Solução: deixar e/ou reduzir a actividade? É bom assim pensar e é algo que quotidianamente cogito. Mas, expliquem-me como se pode, por exemplo, reduzir o cultivo da vinha? É que, como se sabe, basta um ano não cuidar de uma vinha para esta “ir à vida”. Arrendar? E a quem? No fundo, máxima culpa minha!!!