Está na moda os designados “híbridos”. E não é só nos carros. Para os investigadores os “híbridos” – profissionais que são competitivos nos domínios tecnológico e comportamental – apetecíveis têm forçosamente de serem bons ou muito bons em qualquer destes campos.
Pode um profissional com provas dadas em matéria de tecnologia ser preterido num emprego por outro candidato que não seja tão bom tecnicamente, mas que se destaque pela sua capacidade de comunicação, trabalho em equipa e relacionamento? Pode. E segundo Susan Brennam, da Bentley University, é isso que actualmente está a acontecer nos USA.
Numa conversa com os meus alunos afirmei que as empresas hoje-em-dia desejam alguém que possua um equilíbrio entre hard skills e soft skills, i.e., um mix entre competências técnicas e comportamentais, ou, dito por outras palavras, algo que relacione bem os quocientes intelectual e emocional, ou até falar no máximo equilíbrio possível entre os lados esquerdo e direito. Todavia, independentemente da terminologia usada, o que é relevante é que os candidatos têm de demonstrar profundas competências em ambas as esferas para serem considerados notáveis para as empresas e para as funções a que se candidatam.
Como era expectável, a maioria daqueles não aceitou esta leitura da realidade, argumentando que um indivíduo tecnicamente muito bom supera todos e quaisquer handicaps que, eventualmente, possam surgir no seu percurso profissional. Somente condescenderam, ainda que parcialmente e muito divididos, na ideia de que as aludidas competências são fundamentais não só para permitir a transferência de conhecimento dos profissionais seniores para os mais jovens que estão agora a integrar o mercado de trabalho, mas também porque a versatilidade dos profissionais é hoje determinante para o sucesso das organizações.