Só Deus sabe o que se sofreu – então, eu, particularmente nem se fale – por causa da avaliação de desempenho docente, vulgo ADD. Em tempos que já lá vão, tudo se contestava, tudo era negativo, e o sol jamais brilharia com tal medida. As pessoas mal esclarecidas e, sobretudo, acicatadas pelos sindicatos tudo deturpavam. Pura e simplesmente, não queriam e não aceitavam sequer a mínima discussão. Pouco importava que pessoas houvesse que tinham de obedecer a ordens superiores. Sim, bem sei que outros, hoje-em-dia muito bem posicionados, nada ligaram a isso. Nunca foi e jamais será a minha ideia de serviço público. A não ser que seja algo que fortemente se interponha entre o dever de lealdade e os meus valores éticos/morais, nunca vacilarei sobre o caminho a seguir, mesmo que isso me crie uma auréola de impopularidade. Aliás, foi o que aconteceu.
Deixemos, porém, a luta de 2007 e 2008. É algo que já lá vai e como o nosso povo costuma dizer “águas passadas não movem moinhos”. Importa o dia de hoje. E actualmente a maioria dos docentes está, nesta altura, a ser avaliada e, de certo modo, pelos mesmos parâmetros e tendo por base a incidência em idênticos percentis.
Assim, é engraçado - ou, melhor, até nem tem graça nenhuma – verificar a passividade em como que se aceita a avaliação docente. Mais: quotidianamente todos se submetem e não se verifica qualquer relutância em aceitar o resultado final. Eu que o diga como avaliador.
Passados dez/onze anos a mansidão é total, o que me leva a perguntar: para quê tantos vitupérios, tanta maledicência, tanto enforcamento em praça pública, tanto azedume e grito de revolta? Afinal, soçobraram uma vez que a razão não os assistia. Poderão dizer que a idade os alquebrou. Todavia, a verdade é que não quiseram ouvir, naquela altura, a voz da razão. O canto das sereias falou mais alto. Infelizmente.