O "Óscar", o qual nada tem a haver com texto abaixo
Nem sempre é assim, mas por vezes sinto uma corrente, não sei se eléctrica ou de outra espécie, que se liga sozinha, mesmo que esteja a repousar. Em suma, o meu corpo continua a trabalhar sem necessidade e, como corolário, quando me levanto a energia não é a desejável. Todavia, o pior é o cérebro. Então, este não tem sossego. Trabalha e trabalha, parecendo, em certos dias, que trabalha mais enquanto “descanso”.
Ainda bem que outras pessoas existem que neste e noutros âmbitos são extraordinárias. Nada lhes acontece e tudo se resume a uma vida fácil. Aparentemente as portas abrem-se à sua frente e a mesa está sempre disponível. Em princípio, não existem dias difíceis, a força de vontade não é necessária e é suficiente o deixar passar as horas do dia. Aliás, nada as preocupa e o relaxamento é rei.
Não fazem maratonas de 20 quilómetros. Também, para quê? Porém, andam 100 metros e já se sentem felizes e realizadas. É raro dar por elas, mas jamais dão ar de solidão. O ar despreocupado que ostentam - afirmam que isto não as define - é mais uma causa que um proveito, apesar de este não ser tão diminuto quanto isso. Vá-se lá saber do porquê! Estão sempre a pensar que merecem uma segunda, terceira, quarta e … oportunidade, cada uma mais importante que a anterior, mas nada fazem por isso.
A luta diária nada ou pouco lhes diz. A palavra superação não faz parte do seu dicionário. A felicidade é já ali e não existem esquinas que não se possam dobrar, nem que seja por “baixo da mesa”. A força de vontade é algo que apenas se proclama da boca para fora, tal como um mero desabafo.