A Bíblia relata a batalha entre o jovem pastor David e o gigante Golias. Uma pedra de uma funda acertada no meio da testa deste último concedeu a vitória àquele.
Hoje, ao olharmos para as escolas como David e para o ME como Golias, conseguimos ver, com clareza, que não será um fisga qualquer a resolver a saga maléfica do financiamento. Vejamos a esquizofrenia: o ME coloca uma candidatura a um programa/acção/actividade. As escolas, quais sete cães a um osso, fazem tudo para serem aceites (1000 briefings, rebriefings como o procurement, 100 versões da proposta, etc., etc.). Finalmente, fazem contorcionismos para “encaixar” o seu modo de trabalhar e preços em tabelas pré-elaboradas em folhas excel, sim, porque nada existe sem orçamento prévio.
Aí começa a espera. Um dia, alguém sopra ao ouvido de uma escola, a qual já tem a corda na garganta, que foi uma das vencedoras. Uma vontade enorme apodera-se deste David para dar resposta às necessidades prementes. Convoca os colaboradores mais relacionados com a causa, dando-lhes horas de serviço para tal, contacta empresas fornecedoras, caso seja esse o caso, para iniciarem o fornecimento de materiais. Em suma, o trabalho começa em ritmo acelerado.
Eis, quando passado um/dois meses, vem a notícia de que afinal por contingências externas – leia-se cativações orçamentais – o aludido programa/acção/actividade tinha sido anulado.
Realço, por fim, que qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.