É sintomático. Não há ministro da educação, por muita borrada – não peço desculpa pelo termo pouco prosaico, pois quero-o forçosamente usar - que tenha feito, que, passados meses ou breves anos, não venha com estudos e teorias sobre a educação, sobretudo fazendo, ainda que sub-repticiamente, a análise – sempre muito boa ou excelente – sobre o período em que exerceu funções.
A ex-ministra, Maria de Lurdes Rodrigues, também não é excepção. Ei-la com uma investigação de cerca de mil páginas intitulada 40 Anos de Políticas em Portugal: A Construção do Sistema Democrático de Ensino, onde para além do seu testemunho – a parte de leão, como é óbvio - está descrito o pensar, ainda que minimalista, da maioria dos ministros da educação pós 25 de Abril.
Não se questiona o direito de alguém analisar o seu percurso e, principalmente, apregoar até à saciedade aquilo que fez de bem. Todavia, não é curial esquecer neste exame os aspectos negativos, a contestação, das maiores alguma vez vistas e sofridas, e a pouca clarividência denotada aquando do exercício do cargo.
Até parece sina: os nossos políticos são uns autênticos luminários antes e particularmente depois de saírem dos governos. Porém, aquando da sua gestão, não digo que sejam uns asininos, mas quase.
Depois, se não fosse o ridículo da situação, até dava para rir. Refiro-me, concretamente, à acérrima defesa da escola pública. Vindo de quem vem é algo para dizer “bem prega Frei Tomás …”