Mais um inocente preso. Aliás, conforme escrevi o outro dia, salvo raras e honrosas excepções, as cadeias portuguesas e não só, estão repletas de inocentes. Que justiça esta que raramente acerta, i.e., é incapaz de, na esmagadora maioria das suas acções, efectuar um julgamento justo?
José Sócrates (JS) sai ou não da prisão? Vai para casa com outras medidas de coação ou, como diz ter direito – atenção, que é muito diferente do que no seu íntimo cogita –, à plena liberdade de actos e movimentos?
Todo o país fervilha na ânsia de saber mais, quando e como se desenrolará o final de mais um capítulo desta novela. De mau gosto, acrescento eu!
E, afinal, soube-se há pouco que não sai!
Para António Costa (AC) é que as coisas, mais uma vez, não correm de feição. Por exemplo, aquando da sua entronização como novo líder do PS, em Novembro p.p., esperava ser levado em ombros por todo este país. Eis que, de um momento para o outro – há quem afirme que não é mera coincidência -, surge a prisão de JS e lhe rouba o protagonismo, arruinando, como é óbvio, os festejos.
Agora, novo azar. No último fim-de-semana, por esmagadora maioria dos votos, a Convenção Nacional dos socialistas sufragou o programa eleitoral por AC apresentado - dando azo à santificação do crismadíssimo e superior orientador - eis que, novamente, é relegado para segundo plano e somente se fala do preso 44 da Cadeia de Évora.
Caramba, assim não dá. Não há pachorra que aguente este constante assarapantar da vida. Por muito que faça com os pés, há-de vir sempre alguém a desfazer com os mãos, ou vice-versa. Que sina!
Será tudo obra do acaso ou existem forças ocultas a mexer determinados cordelinhos?
Já agora, se Sócrates fosse para casa, isso seria mais benéfico ou prejudicial para o PS?. É que para muitos socialistas é bem melhor que ele esteja, até ao final das próximas eleições legislativas, na prisão, pois, assim, as ondas serão bem menores. Há males que vêm por bem!