Já o outro dia aludi a esta questão e hoje reforço. Com a terrífica falta de água que a generalidade do país está sujeito, para quem necessita de regar as suas culturas, por exemplo milho, abóboras, feijões, batatas, entre tantas outras, e não possui furos de grande profundidade, os quais na maior parte das vezes chegam aos 100, 200 metros, variando consoante a que fundura se encontra o lençol freático, não tem outra alternativa – prática, aliás, que tem séculos de uso – que não seja abastecer-se de valas, as quais não são mais que pequenos riachos que alimentam os rios por todos conhecidos.
Em ano de pluviosidade normal, o acesso à agua das aludidas valas é realizado sem grandes constrangimentos. Todavia, num ano como este, não existe alternativa que não seja a feitura de presas, com vista à retenção da pouquíssima água que ainda corre, originando, deste modo, pequenos lençóis de água superficial, os quais conseguem aguentar motores de rega a trabalhar por uma escassa hora que seja.
O problema levanta-se quando alguém se “lembra” de fazer a mencionada presa. É que tal origina que os confinantes seguintes, os situados mais abaixo, ficam sem qualquer pingo de água. E à semelhança de outro ditado, quando não há água zangam-se as comadres.
Hoje foi um dia destes e presumo que, infelizmente, as contendas se estenderão por todo o presente mês e pelo próximo.