A máscara é uma das formas que se adapta a quase todos os estilos e ocasiões. Tanto podemos usá-la para dar um toque de elegância mais ou menos discreto no dia-a-dia, como para levar ao extremo o significado daquilo que não somos.
Não existe nada melhor para realçar um outro ser do que colocar uma máscara. Sim, bem sei, que esta é a protagonista de algo que, por vezes, somos obrigados, no sentido literal do termo, a usar. Contudo, na maioria das ocasiões em que as colocamos, tal serve para camuflar o que de moralmente possuímos de mais baixo, o que de forma eticamente diminuída se apoderou de nós.
Assim, por muitas máscaras novas que possamos, dia após dia, colocar e por muito que nos possamos tentar enganar e, simultaneamente, presumir de que o nosso embelezamento aumentou, manda a verdade dizer que mais cedo ou mais tarde tal “artefacto” cairá e, aí, surgirá em toda a sua plenitude, o que genuinamente somos.
A máscara, todos temos consciência de tal, deveria ser o último modus operandi da nossa prática diária. Todavia, apesar de uma não dever ser colocada sobre a anterior, o certo é que muitos dos nos rodeiam – alguns juram a pés juntos nunca usar tal mas, no fundo, animus abutendi – para melhor nos iludir, senão todos os dias, pelo menos quase, mudam-na sucessivamente.
Uma dúvida. Dormir com a(s) máscara(s) colocada(s) durante o dia não é aconselhável. Porém, indagações se impõem: será que à noite, aquando de encostar a cabeça no travesseiro, a aludida máscara não cairá? E as lágrimas rolarão? E se estas brotarem será de arrependimento (!!!) ou de raiva?