O meu ponto de vista

Setembro 15 2015

Ele bem se esforçava por disfarçar, mas o certo é que, por muito que se concentrasse na leitura do jornal, não conseguia desviar o olhar da mesa em frente, literalmente ocupada por aquela bela mulher, a qual não era, de modo algum, habitué da esplanada que diariamente frequentava.

Àquela hora, a meio de uma tarde de Verão, a esplanada retumbava de gente. Enquanto ele bebia a pequenos goles o fino que, face ao extremo calor, rapidamente se tornava intragável, ela há muito tinha bebido o café. Entretinha-se, agora, a perscrutar o telemóvel. Vezes sem conta, tocava e voltava a tocar no ecrã deste, à laia algo furiosa, uma vez que do mesmo nada provinha. Tratava-se, sem dúvida, de um nítido modo de disfarçar a sua inquietude provocada pelo olhar que provinha do homem da mesa ao lado. Tinha quase a certeza de o conhecer de algum lado. Mas de onde? A falta de resposta ainda a deixava mais intranquila.

Nem sempre os olhares se cruzavam, mas quando acontecia, uma centelha de luminosidade surgia no ar, apesar de nenhum dos dois saber realmente da proveniência de tal, a não ser, à primeira vista e explicação mais óbvia, o desejo entre dois seres. Importa, porém, ressalvar que lhes parecia que o espaço ficava, naqueles breves momentos, mais iluminado, embora racionalmente soubessem que, sem dúvida, este efeito físico, principalmente naquele dia, era impossível.

 

(Continua)

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:36

Outubro 29 2014

Ouvi-la é já por si uma obrigação. Porém, a aptidão motivacional que transmite denota um invejável percurso trilhado. Define estratégias e coloca em prática políticas de acordo com a sua missão e valores que cultiva com zelo.

Novas formas de pensar cativam-na. O objectivo de captar o outro, sobretudo se demonstra um elevado potencial, está sempre presente. Não é um mero jogo do gato e do rato. Não, é muito mais subtil e apaixonante, como aliás são os seus olhos verdes-água!

Nas conversas entabuladas conta, e muito, o sentido ético, crítico e de cidadania, bem como a capacidade de iniciativa, de análise e de comunicação.

Apesar de provir de uma família de referência, tão ou mais importante que o percurso académico e/ou nobiliárquico, para ela é indispensável a diferenciação pelo valor que o outro poderá acrescentar à relação.

Ambos comungamos da ideia de que é indispensável inovar, sendo que no modo de ser e estar um certo conservadorismo – arejado, como costuma afirmar – é desejável. Por isso, a recorrência a ferramentas (!!!) alternativas às tradicionais seja quase uma constante.

É seu hábito dizer que “é indispensável acrescentar valor a tudo o que fazemos”. Em contraponto, respondo que para isso princípios existem que não podem ser esquecidos, como a disciplina, o rigor e a competência.

No campo mais afectivo também assim será? Algo que descobrirei em breve!

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:06

Junho 15 2014

O piano toca a melodia imortalizada pelo filme Casablanca, naquela cena em que Humphrey Bogart e Ingrid Bergman se despedem, e não te ouço, ou melhor, sei que dizes algo mas, sinceramente, não sei o quê, numa recusa obstinada de ouvir as tuas palavras sem sentido. E, afianço, que não se trata de uma arma de arremesso mas de um sentir muito profundo.

O que queres? O que quero? Questões, não meramente semânticas, que a música, maravilhosamente interpretada pelo pianista, naquele lugar que tão bem conhecemos, não responde. Perguntarás, então, e muito propriamente: quem possui a resposta crucial? Neste canto, recolhido no sofá que me alberga, enquanto o conhaque arrefece no balão pré-aquecido, sinto que também não tenho resposta àquilo que ambos pretendemos saber.

Todavia, deixa-me igualmente indagar: o que pensas tu, ouvindo, senão a mesma música, outra parecida e tocada pelo mesmo intérprete e no mesmo palco, tendo adorado – as palavras são tuas – de um certo aggiornamento? Não te esqueças do que canta Rui Veloso “não se ama alguém que não ouve a mesmo canção”.

Situação estranha. O pianista, constipado, pois assim indica o seu perseverante tossir, insiste em tocar, não aquela música maluca- novamente “O anel de rubi” (!) -, mas sim o prelúdio do fim de um percurso de alguns anos. Bem, de que nos podemos admirar já que, como se costuma dizer, tudo tem um princípio e um fim?

A sala iluminada a meia-luz, por candeeiros de pé-alto, a determinada altura, brilha intensamente para um, enquanto para o outro não são mais que fogos-fátuos, tremelicantes até. Dilema? Sim e não! Trata-se, tão-somente, de simples constatação de interesses divergentes.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:29

Abril 14 2014

Numa conjuntura em que a crise está na cabeça de todos, não faltam, contudo, motivos para fazer do sonho realidade: em qualquer latitude do nosso país não prescindamos, então, de fantasiar. Vamos arrumar a mala, viajar e trazer recordações inesquecíveis.

Os bilhetes há muito que estão marcados, à espera que a data de embarque chegue. O destino e o itinerário, esses, foram os primeiros a ser escolhidos, ainda a viagem não passava de uma miragem. A companhia estava eleita à partida, ideal para mudar de ares e desfrutar dos instantes de mais puro lazer.

Deixemos, pois, as preocupações e os afazeres em casa e rumar a novas paragens, em busca de uma jornada de aventura, de um relaxe à beira-mar ou um banho de cultura e história.

Vá, não podemos demorar mais. Espero por ti no carro!

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:14

Dezembro 03 2013

Sim, ele sempre soube, que ela se queria dar a conhecer. E não esteve com meias medidas. Bateu à porta e foi convidada a entrar. No início, pensou que se tratava de uma brincadeira. Só que não estavam no Carnaval e muito menos era o primeiro de Abril.

Desde logo, demonstrou saber ao que vinha, uma vez ter tornado bem claro que a abordagem tinha sido preparada, quase que diria, ao mínimo pormenor. Personalidade, diferenciação e criatividade foram e são os seus pontos fortes.

Bem soube que, depois dos telefonemas e da troca de emails, podiam, primeiramente, terem-se encontrado em qualquer outro lugar. Ela, porém, preferiu a forma mais directa e eficaz de gerar e, sobretudo, rebustecer aquilo que começava a surgir entre eles. Aliás, dizias ela: “numa altura em que o mundo é gerido em contrarrelógio há que enfrentar a vida com originalidade e inovação”.

Ela foi, na verdade, igual a si mesma. Na sua identidade e na forma como se desnudou, mostrando toda a beleza feita de curvas e contracurvas, de rectas com princípio, meio e fim, contrariando, nestas formas, as leis da geometria.

No espelho da vida, para além dos traços bem vincados de personalidade, denotou igualmente os pontos fortes da sua filosofia vivencial e, como não podia deixar de ser, as pontuações nos vários eixos de sucesso.

No início apenas a representação do talento. Depois a reprodução da paixão e da ambição de ser amada.

Ele, pelo seu lado, apenas se deixou seduzir. O encantamento fez o resto. Longe ficou o passado, apenas contando aquilo que são hoje, onde querem chegar no futuro e, principalmente, o caminho que não querem voltar a percorrer. De uma coisa têm a certeza: sabem que não querem voltar por aí. Desconhecem, é certo, o percurso a fazer. Mas, como dizia o poeta, “o caminho faz-se caminhando”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:37

Setembro 15 2013

O pianista tocava uma música que não me era estranha, mas que, com toda a certeza, não conseguia descortinar. Presumi que fosse Mozart e apeteceu-me perguntar-lhe se, na verdade, assim era. Todavia, deixei-me estar sentado na poltrona, uma vez pouco importar o autor. O essencial era o momento, a quietude, a paz de espírito e a extrema sensibilidade que aquela acarretou e, sobretudo, para onde nos transportou.

Demos as mãos, olhámo-nos nos olhos e, sem darmos por isso, beijámo-nos ternamente sem que os lábios se chegassem sequer a tocar. A sintonia era completa e isso bastava-nos.

A tua água aquecia no copo, o meu conhaque arrefecia no balão. E isso que interessava? O relevante estava noutro âmbito e esse não podia ser repetível e, por isso, havia que aproveitá-lo, pois, conforme se costuma dizer, “aquilo que não fizeres hoje não poderás fazer amanhã”, pelo menos na assunção da verdade de que tudo o que é adiável deixa de ser igual e, principalmente, ter o mesmo valor.

O silêncio gritava palavras ensurcedoras que ecoavam nas vetustas paredes da sala daquele velho palacete. Não necessitávamos de dizer o que quer que fosse, pois o olhar, o toque, as carícias falavam mais que mil palavras.

No silêncio da sala, os acordes do piano continuavam. Nenhum dos outros presentes proferia palavra. Por um lado, por respeito a quem devotadamente se dedicava a algo que realmente ama, produzindo o êxtase dos sentidos, por outro, porque, imaginámos que à nossa semelhança, também para eles a música se sobrepunha às palavras tornando-as supérfluas.

Ao fundo da sala de pé alto, bem ao estilo vitoriano, o pianista continuava deliciado e a deliciar-nos com as suas notas, agora, sem margem para dúvidas, de Chopin. Das três grandes janelas rasgadas de alto abaixo, por entre as cortinas, entrava uma leve brisa, ajudando a arrefecer a cálida noite deste Setembrão quente e abafado. Do lado oposto, três aberturas em arcos ogivais dão para um pequeno bar, onde alguns casais bebericavam cocktails próprios da época. De volta à sala, observámos uma série de conjuntos de poltronas de cor verde, onde nos sentámos. Iluminados q.b. por candeeiros de pé-alto acrescentam o tom romântico ao lugar. No meio uma pequena mesa onde nos serviram as bebidas. A decoração das paredes, sóbria para que não sejamos distraídos do essencial, é feita especialmente à base de faianças antigas. Numa das paredes, um armário em madeira, dos finais do século XIX, inícios de XX, não sei precisar bem, contém uma série de livros antigos sobre as prateleiras, cujas frentes se encontram revestidas de finas rendas, fazendo lembrar as velhas casas senhoriais outrora tão em moda. Um serviço de chá das Índias ocupa a parte inferior, trazendo-nos à memória outras ocupações e outros ambientes, cujas reminiscências, porventura, há muito se desvaneceram. Do tecto, magnificamente trabalhado em estuque, pende um enorme candeeiro de madeira com oito braços, o qual desconfiamos que não acende, mas que, em boa verdade, falta alguma faz.

De vez em quando, aliás muito raramente, trocávamos umas palavras, não que fossem necessárias, mas que a degustação do momento a isso obrigava. Palavras ditas em surdina, mas que o balbuciar dos lábios chegava para entender.

Deixámos o bar cerca da uma da manhã. Esperávamo-nos uma noite em que os nossos corpos acabariam por se desfazer da pouca roupa e se constituíram em autênticos instrumentos musicais, tantos foram os lugares onde tocámos e destes brotaram outros prazeres.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:02
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Agosto 04 2013

Todos sabiam o seu fascínio pela recuperação de edifícios antigos. Tanto melhor! Hoje, Fernando, pensava para consigo próprio, daria a conhecer, a alguém muito especial, um deles que recentemente tinha tido o agrado, como convidado, de visitar e pernoitar.

O centro histórico da vila de Alcobrado, geograficamente pertencente ao Parque Natural da Peneda-Gerês, tem dezenas de edifícios devolutos ou mal aproveitados. O edifício era mais um – decrépito, por dentro e por fora, quase deserto de vida. Adquirido recentemente por um seu amigo, com visão e olho para estas coisas, ganhou vida nova ao converter-se numa bela mansão.

A obra demorou mais de um ano a concretizar-se. Respeitar a memória do edifício com todo o seu historial de intervenções ao longo de dois séculos foi algo assumido desde o início, como aquele lhe relatou: “este edifício é muito interessante porque desde a sua construção até hoje sofreu numerosas alterações, quer no século XIX, quer no século XX. Quando comecei a pensar que estratégia seguir, decidi que seria interessante manter todas as alterações feitas ao longo do tempo e adicionar apenas uma, a qual teria ser necessariamente contemporânea, i.e., a climatização das muitas divisões”.

O chão de madeira nórdica foi mantido e os «remendos» necessários para reestruturar o pavimento foram assumidos como tal, o que, por vezes, dá um jogo cromático muito interessante. Os tectos, as portadas, as clarabóias, a pedra lioz, bem como os azulejos – removidos e depois repostos – são originais.

Impressionou-o, sinceramente, a luminosidade em todos os espaços. Não existe divisão sem luz natural, incluindo as casas de banho, o que nestes dias de imenso sol e face ao tom vetusto dos móveis recuperados lhe dá um ar acobreado.

Foi, neste edifício apalaçado que novamente se encontrou com Teresa. Tendo-a esperado na estação de caminho-de-ferro, mal a vislumbrou ao longe, e apesar dos longos meses de separação, reconheceu-a de imediato. O seu vestido simples de linho branco, deixando ver as suas belas pernas bem torneadas e o busto firme, tornava-a inconfundível. Quando desceu do comboio, a luz matinal realçou a leve transparência do tecido, obrigando-o a desviar o olhar para o além, com vista a concentrar-se no que naquele momento era essencial, a não demonstração de quanto ansiava aquele momento.

O beijo trocado ao de leve, bem como o abraço subsequente, nada disseram sobre aquilo que ambos, no fundo, por um lado temiam, por outro tanto desejavam …

 

(continua)

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:52

Julho 08 2013

O Verão aí está em força, autêntica vaga de calor, e com ele surge a vontade e a necessidade de, cada vez mais, te ter por perto. Em casa, no campo, na praia, tanto faz. O importante é estarmos juntos. Hoje concretizámos esse desejo. O calor foi esquecido, uma vez que o anelo foi mais forte que o termómetro e, nesse anseio, fizemos do ambiente, francamente quente, autêntico sistema de climatização.

A arte de amar, no meu modesto entendimento, pode ser definida como o processo de fazer com que um meio ambiente, qualquer que ele seja, permaneça numa faixa de conforto agradável, não necessitando, como é óbvio, de trazer à colação a acção sexual.

Num mundo de prazer e de satisfação, em que, novamente, em ti descobri, houve compreensão, parcas palavras, já que os gestos, na maior parte das vezes, dizem mais que aquelas, e, sobretudo, houve elevado nível de regalo e energia gasta a - perdoem-me a expressão muito chã - rodos. Felizmente estas foram questões que, sem nos preocuparem, (in)conscientemente estiverem sempre presentes. Havia que matar a fome da ausência de meses.

Não houve política, família, actividade profissional ou outros dissabores que, por vezes, nos dividem. Hoje, foste só tu e eu, mostrando que, como diz a canção, há muito mais que nos une do que aquilo que nos separa.

Hoje fizemos da austeridade um “acampamento” de luxo. Sentimos a mesma sensação de quem acampa no meio de (quase) nada, mas sem nos faltar as necessidades básicas. O teu corpo e o meu bastavam. Inventámos piscinas e mares “nunca dantes navegados” para, neste dia, de enorme canícula, nos refrescarmos, sem dramatismos ou alegorias, metamorfoseando cromaticamente o passar dos anos, assumindo, para nós, tonalidades que, em princípio, se assemelharam aos das paisagens que, em tempos vivemos, obtendo a desejada harmonia entre a envolvente e a obra, esteticamente falando, como é claro.

Não pedimos nada, mas recebemos muito. Evitámos perdas e ganhámos muito. Os recursos para tal? Esses só nós sabemos!

publicado por Hernani de J. Pereira às 00:14
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Maio 27 2013

A escassos minutos da Candiosa, tendo a ria a unir as duas margens, Embicados é um território que possui as melhores vistas sobre aquela cidade. É na extensa frente ribeirinha, situada a norte, que, sob uma extensa escarpa, se sucedem os miradouros, abrindo-se a vila ao mar e à ria.

Chegados a Embicados, dois elementos se destacam logo à partida. Junto à Praia do Molhe, o ancestral farol, o qual simboliza a importância estratégica que aquele local teve para a navegação da Ria Nova. Mais à frente, uma velha fragata ancorada permite, através de uma visita ao seu interior, conhecer a vida dos bacalhoeiros.

Depois, subindo pelas estreitas e planas ruas de Embicados, toma-se contacto com um centro histórico em mudança, marcado pelas casas simples e antigas, pelos pátios e recantos, pelos mais diversos canais da ria a espreitarem a cada esquina. Um território também ele marcado pela excelente gastronomia e qualificada restauração.

Uma outra imensa frente natural, por outro lado, se abre a sul. São mais de 1500 hectares de área florestal protegida, assumindo-se como um excelente destino para o turismo de/na natureza. Por entre a vegetação densa e rica, espreitando a imensidão do Oceano Atlântico e os muitos quilómetros de praia contínua é possível aproveitar ao máximo esta beleza natural.

Foi, pois, em Embicados que, mais uma vez, nos encontrámos. Bem sei que foi aqui que, pela primeira vez, nos conhecemos e, por isso, sempre foi e será a nossa praia. Foste igual a ti própria, frágil no belo corpo e simultaneamente forte nas convicções. O frio que se fazia sentir, uma vez o céu, neste domingo, na sua maior parte se carregar de nuvens, fez-te chegar a mim e, assim, abraçados percorremos a alameda que ladeia o longo areal.

O diálogo, diga-se em abono da verdade, não foi muito loquaz. Também não era necessário e, como todos bem sabem, nem sempre estamos dispostos a falar muito. O frio apertava e acentuou-se com o chegar do fim da tarde. Assim, abandonámos Embicados, acabando por lanchar, algo já meio ajantarado, à saída da vila, no “Solar dos Embicados”, onde petiscámos as celebérrimas enguias fritas, acompanhadas do vinho branco seco “Borba”.

O resto fica para contar … um dia!

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:03

Maio 20 2013

Todos o sabemos. Existem no âmbito material, mas também no campo afectivo.

As primeiras, geralmente apreciadas por mulheres com formação elevada, profissionalmente activas, sensíveis ao design, cosmopolitas, que gostam de viajar, usualmente com idade acima dos trinta e que utilizam habitualmente os novos meios digitais – internet, redes sociais e comércio on-line.

São ainda admiradas pelos homens que, para além do poder de compra que possuem, amam estas mulheres, já que a jóia é frequentemente adquirida para uma oferta especial. Neste campo de acção, por diversas vezes, já obsequiei alguém por quem nutria um carinho muito peculiar. E como é frequente nestes casos, na maior parte fui devidamente reconhecido e, sobretudo, apreciado, outras, porém, nem por isso. Mas não é para falar destas últimas que serve esta crónica.

As jóias, como se pode ver, apesar de serem algo material, servem ou melhor, podem servir para fins afectivos, sem, todavia, olvidar que existem pessoas que são autênticas jóias, não necessitando, claro está, de qualquer adorno para serem prezadas e, já agora, encantadas.

Jóias com significado, i.e., peças oferecidas com um conceito específico consoante a relação afectiva e o intuito, as quais podem ter um valor pessoal extraordinário, independentemente do seu intrínseco valor, reflectindo pensamentos ou consciências sociais.

Podem ser criadas apenas com ouro, prata, com ou sem pedras preciosas ou um misto de todos os materiais. O importante é a intenção de quem dá e a percepção de quem recebe.

Faço-me entender?

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:38

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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