O meu ponto de vista

Outubro 23 2017

É do conhecimento geral que os professores, à semelhança de outras classes, possuem uma carreira própria, sendo, porém, avaliados de um modo bastante distinto, o que provoca uma progressão muito peculiar.

Assim, enquanto a maioria dos funcionários públicos são avaliados pelo SIADAP (Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública), i.e., através de pontuação, os docentes têm uma avaliação, repito, própria, ou seja, através de uma classificação quantitativa e qualitativa. Até aqui não se vê que venha grande mal ao mundo, como se costuma dizer.

O caso, contudo, muda de figura, quando a pontuação de uns é recuperada para efeitos de descongelamento de carreira, enquanto que a classificação que os professores obtiveram durante os dez anos de congelamento não contará para nada.

Neste sentido, fazer uma greve conjunta com os restantes funcionários públicos, como propõe a Fenprof, não faz sentido, já que o essencial do caderno reivindicativo dos docentes é, pelo exposto, diferente.

Por outro lado, mas não de somenos importância, sabemos todos muito bem que a aludida greve não passa de uma prova de vida do PCP. A enorme derrota nas recentes autárquicas a isso obriga.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:34

Outubro 16 2017

São já conhecidas algumas linhas em que se estrutura o Orçamento de Estado para 2018. E, no que concerne aos docentes, o saber de tal dá mais para chorar que para rir, apesar do BE tentar branquear aquele com a promessa de nova vinculação extraordinária.

O descongelamento da carreira docente, com a perda de 10 anos – um quarto da vida profissional -, é um rude golpe nas legítimas aspirações dos professores. Aliás, a grande parte destes, com o olvidar daqueles anos, jamais conseguirá alcançar o último escalão.

Então não acabou a austeridade? Não é este um governo de esquerda, amigo dos trabalhadores e que iria reverter todas e quaisquer medidas impostas pelo mau governo de Passos Coelho? Não estamos em pleno e pujante crescimento económico?

Já agora, onde está a Fenprof? Pediu uma reunião urgente ao ME e este respondeu que, sobre esta matéria, nada tinha a discutir e que a posição daquela só servia para criar ruído. Com o rabo entre as pernas, o grande líder, Mário de seu nome próprio, apenas piou baixinho. Aliás, não foi este que afirmou: "agora sim, tinhamos um ME que olhava para os problemas dos docentes com uma visão de esquerda e que, mensalmente, iriam reunir para o avaliar"? Que classificação lhe dá?

Como dizia o outro dia Jerónimo de Sousa, "o grande problema dos nossos dias é que tudo o que dizemos fica gravado". Ao vivo e a cores, acrescento eu.

publicado por Hernani de J. Pereira às 11:57

Setembro 12 2017

O Grande Líder – tenho que deixar igualmente crescer a barba – no dia 25 de Agosto, face ao surgimento das listas de colocações de docentes, rejubilou entusiasticamente. Depois de assomarem críticas em tudo o que era sítio, vem agora dizer que reuniu com o ME e na próxima sexta-feira este divulgará uma proposta de resolução da (i)legalidade.

Cozinha nas costas dos interessados algo perfeitamente desastroso e, em resultado, profere arrotos de contentamento. Depois, com a maior desfaçatez, vem tentar emendar a mão. Esqueceu-se que a memória dos professores, à semelhança de todos os mortais, é pequena, mas não tão pequena assim.

Já agora, alguém o ouviu a falar sobre a existência de milhares de horários-zero?

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:06

Fevereiro 10 2017

O Ministério da Educação (ME) deu, quase abruptamente, por findas as negociações com os sindicatos sobre o novo modelo de recrutamento de docentes, vulgo concursos, e já se conhece a nova legislação que, um dia destes, há-de ser publicada em Diário da República.

Para além de todos os atropelos, ressalte-se a abertura de milhares de vagas para que os contratados possam passar ao quadro das escolas, as quais, como tem sido amplamente divulgado, não satisfazem nem a metade das pretensões e geram injustiças de toda a ordem.

Porém, o mais crítico é ter-se conhecimento de que essas vagas dariam imenso jeito a professores já efectivos que, como todos sabemos, alguns – não tão poucos como isso - ainda se encontram longe dos seus agregados familiares, sendo obrigados a percorrer diariamente centenas de quilómetros, e que se vêm ultrapassados por colegas muito mais novos e com menor graduação.

Sabemos que os sindicatos estiveram sempre muito longe de acautelarem estes casos, já que a sua base de apoio, segundo eles, se encontra nos mais novos e, sobretudo, nos contratados. Aceito a justificação e até a compreendo, uma vez partir do princípio que aqueles devem defender primeiramente quem os sustenta. Todavia, não deixa de ser um erro e uma enorme injustiça. No final acabarão por perder os actuais contratados e jamais reganharão os mais velhos.

E seria tão fácil seguir as pisadas correctas: as vagas abriam e todos poderiam concorrer, sendo que a primeira prioridade deveria caber aos actuais docentes do quadro, seguido dos QZP e por fim os contratados. No fundo o número de lugares para os contratados seria igual, uma vez que estes ao deixarem o seu actual lugar abriam automaticamente um outro.

Por fim, a Fenprof vai auscultar os docentes para observar da viabilidade de encetar formas de luta mais graves, incluindo a greve. Bah, não passa de tiros de pólvora seca. Ai se fosse noutros tempos não muito distantes!

publicado por Hernani de J. Pereira às 10:01

Dezembro 06 2016

Sei de fonte limpa que não haverá hoje ninguém, directa ou indirectamente ligado ao ensino, que não diga algo sobre os resultados dos alunos portugueses nos testes PISA 2015. Eu, como é óbvio, não fujo à regra.

Assim, os discentes portugueses deram continuidade a uma evolução, a qual tem sido constante desde a primeira participação, em 2000. Nos testes PISA 2015, os estudantes nacionais chegam ao "top" 20, entre mais de 70 países - incluindo os 35 membros da OCDE -, nos domínios de Literacia Científica (17.º lugar) e de Leitura (18.º), melhorando ainda a prestação na Matemática (22.º). É de realçar que é a primeira vez, que os nossos jovens conseguem ficar acima dos valores médios nos três domínios de avaliação, sendo que a Literacia Científica - área em destaque nos testes realizados no ano passado por mais de meio milhão de estudantes de todos os continentes - acaba por ser a cereja no topo do bolo.

Ora, mesmo tendo em conta que durante os aludidos quinze anos, sete foram por conta – para infelicidade nossa – dos governos de José Sócrates, restam oito liderados por governos do PSD. Mais: quatro deles, os últimos do referido estudo, foram conduzidos, sob a batuta da responsabilidade e eficiência, pela mão de Nuno Crato, do qual a esquerda e, sobretudo, a Fenprof disseram o que os maometanos não dizem do toucinho. Seria, agora o momento, caso tivessem decoro, de pedir desculpa.

A terminar, como se costuma dizer, não há bela sem senão. Assim, há assinalar que os alunos inquiridos tinham todos quinze anos, o que pressupõe à partida que frequentassem o 10º ano. Não é, contudo, o que a realidade denota. Apenas 55% dos inquiridos frequentavam esse ano, sendo que 22% andavam no 9º e os restantes repartiam-se entre o 7º e o 8º ano de escolaridade.

Ah, a Finlândia, esse paradigma das boas práticas educacionais, continua a regredir. Sintomático! E o actual ME dá os parabéns aos alunos e professores. Aos seus antecessores, nem uma palavra! Também aqui é sintomático!

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:28

Novembro 29 2016

Cada vez mais enchemos a boca com exigência e responsabilidade. A começar pelos mais novos, já que é de pequenino que se torce o pepino, lá diz o ditado. Todavia, na prática, os pais quase nunca se atrevem a dizer não, isto para não falar em que lhes dão tudo o que pedem e os deixam, em termos de ser e estar, conforme muito bem querem.

O ex-ministro da Educação, Nuno Crato, apesar dos erros que cometeu – o número destes é, em princípio, proporcional à quantidade de trabalho – tentou implementar um ensino de responsabilidade. Manda a verdade dizer que, por este e outros motivos, lhe deram porrada de água a jarra. Mais, a Fenprof, organização insuspeita de alguma ligação à Igreja, comparou-o a um autêntico anti-Cristo, movendo-lhe uma cruzada constante.

Bem, segundo notícias hoje vindas a pública, tal política começa a dar os seus resultados. De acordo com o Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS), um estudo internacional que avalia o desempenho dos alunos do 4.º (e do 8.º ano) de escolaridade a matemática e ciências e que foi aplicado no final do ano lectivo de 2014/2015, os alunos portugueses do 4.º ano estão melhores a Matemática do que aqueles que terminaram o primeiro ciclo do ensino básico em 2011, tendo até ultrapassado a Finlândia.

Como não há bela sem senão, aos conhecimentos a Ciências decresceram. Por isso, ninguém me tira da cabeça de que se os exames fossem alargados a todas as disciplinas, também aqui o resultado seria diferente.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:25

Setembro 15 2016

Este começo do ano foi espectacular. Jamais se viu coisa assim. A acreditar nas palavras do governo, dos partidos da esquerda e extrema-esquerda que o apoiam, bem como da respectiva correia de transmissão para o ensino, leia-se Fenprof, no mundo da educação reina uma paz que me atrevo a classificar de sobrepujante, transcendendo o entendimento do homem comum.

Esqueçam os problemas. Eles pura e simples não existem. Não foram colocados para cima de 30 000 candidatos a docentes, a mobilidade de docentes por doença continua a ser, na sua maioria, uma autêntica vergonha, para além de ter surgido tarde e a más horas, a escolas quase que morrem de asfixia financeira, o ensino profissional nas escolas públicas continua a ser residual, os estabelecimentos de ensino continuam a necessitar de obras urgentes, as quais são adiadas para as calendas gregas, a carência de funcionários auxiliares é gritante, entre tantos outros casos, que por estes dias não passam de ninharias, de algo que apenas os mesquinhos se vão lembrando.

Ora, como diz Eugénia Gamboa, “esta é uma abertura de um novo ano letivo como tantas outras, pois ‘caos’ só quando Mário Nogueira determinar.“

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:49

Setembro 02 2016

Durante anos e anos Paulo Bento era e ainda é “sempre com tranquilidade”. Tanto assim é que a primeira palavra que aprendeu após ir treinar o Olympiakos foi a tradução daquela para grego: ηρεμία (lê-se iremía)

Estando aquele ausente, temos hoje Mário Nogueira, o querido líder (da Fenprof), a “classificar sereno, sereno e sereno o início deste ano escolar”. Esqueceu-se, porém, que existem 30 000 professores nas filas do desemprego, número superior ao registado por esta altura no ano passado. Recordam-se do que então disse?

Já agora, mudando um pouco o bico da agulha, vale a pena atentar na seguinte prosa, extraída de um comunicado do SPRC, datado de 4 de Setembro de 2015, “a Fenprof, na última reunião do Secretariado Nacional, decidiu dar prioridade, no conjunto de reivindicações urgentes a dirigir aos deputados que irão ser eleitos a 4 de Outubro e ao próximo governo, a imediata suspensão da municipalização”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:21

Abril 28 2016

A promessa tinha sido feita e as escolas assim esperavam que viesse acontecer. Não é que todos concordassem com a medida, uma vez que, a ser implementada, tal acarretaria um aumento de despesa, a qual, segundo os especialistas, poderia chegar aos 700 milhões de euros.

O certo, é que não haverá uma diminuição de alunos por turma, como, pelo contrário, nos próximos anos aumentará. É o que reza o Despacho Normativo n.º 1-H/2016, de 15 de Abril, que, a pretexto de querer introduzir uma maior inclusão dos alunos com NEE nas respectivas turmas, obriga estes a terem pelo menos uma carga de 60% de tempo curricular para que aquelas sejam reduzidas, i.e., sejam constituídas por um máximo de 20 alunos.

Ora, para corroborar o que anteriormente se referiu, basta atentar que um aluno com deficiência cognitiva grave e sujeito – por especialistas, como é óbvio - à leccionação de Português e Matemática Funcional (aplicada à vida do dia-a-dia), no âmbito do seu CEI (Currículo Específico Individualizado), para que a turma não possa ter direito à redução.

Se isto é grave, tanto ou mais é o silêncio da Fenprof, a qual, em tempos não muito distantes, vociferava contra tudo e contra todos. O suporte ao governo por parte do BE e, sobretudo, do PCP a isso obrigam.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:15

Junho 02 2015

Ontem, devido a internamento, nas urgências dos HUC, de familiar directo, não me foi possível estar presente na reunião do final da tarde. Por todos os motivos e mais algum, lastimei tal facto, não deixando porém de, previamente, ter dado a conhecer a minha posição sobre esta temática. Isto, apesar, do meu sentir ser conhecido desde há muito.

Outro caso que lamento profundamente é o sufrágio que hoje, amanhã e além a Fenprof pôs em movimento. Concretamente, trata-se do referendo, entre a classe docente, sobre o presente assunto, em que é feita uma única pergunta: “Concorda com a municipalização da Educação?”.

Não está, de modo algum, em causa o referendo, o qual, aliás, é uma ideia meritória. Contudo, a questão, assim formulada, levanta-me as maiores dúvidas. É a mesma coisa que perguntar a alguém se quer viver ou morrer. O assunto é demasiado complexo para ser reduzido a uma questão excessivamente simplista e, por isso, merece as maiores reservas.

Uma reflexão séria é absolutamente necessária, pois tal não é branco, mas também não é negro, apesar de se aproximar mais desta última tonalidade.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:36

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