Por isso, ou seja, por não nos deixarmos enganar, podemos, com todas as letras do alfabeto, afirmar que abominamos o nacional porreirismo, tão característico da nossa mediocridade, detestamos o desenrascanço de última hora, tão distintivo das nossas falhas, reprovamos o reivindicar por reivindicar, não interessando o quê, como e quando, e odiamos o constante não cumprimento de horários, obrigações e deveres, argumentando com as desculpas mais esfarrapadas.
E, para cúmulo, os que preconizam este status são os primeiros a lamentar sermos um país que, infelizmente, faz parte dos últimos lugares do ranking ocidental, esquecendo, contudo, que tal se deve ao seu desempenho como cidadãos.
Todavia, o que fazemos face a estes diferentes comportamentos? Damos um murro na mesa ou viramo-la até? Ou afirmamos, alto e em bom som, basta, chega de tanto forrobodó? Não, somos forçados a tentar a conciliação, procurando o politicamente correcto. E ai daquele que não siga esta linha. Mais cedo ou mais tarde é ... Triste fado o nosso.
Hernâni de J. Pereira