O nosso primeiro tenta, hoje em dia, a tudo o custo e também com muito cuspo passar a imagem que deixou de ser o animal feroz, por nós, infelizmente, bem conhecida, para ser cordeiro manso. Todavia, por azar dele, a simulação não cola, não convence. A sua veia de actor, qual aprendiz de feiticeiro, parece ter os dias contados. Reconstruir, aproveitando a qualidade e identidade que lhe são inatas e corrigindo apenas o que de mau, desproporcionado, errado ou omisso o afecta, é legítimo.
Tirar o maior potencial de um tempo, mais que o anterior, voltado para a cultura é uma meta de um projecto de reabilitação exemplar e de aplaudir.
Mas não. Tudo soa a falso. Tudo nos leva a crer tratar-se de mais uma jogada de marketing, tão ao gosto dos seus assessores e empresas de imagem e comunicação pagas a peso de ouro por todos nós.
E como a bota não bate com a perdigota, podemos concluir tratar-se, antes, de um projecto enviesado, de um conceito que tenta, por motivos puramente tácticos e eleitoralistas, acompanhar as novas tendências sociais e muito focalizado nas classes profissionais fustigadas e vergastadas pelo mesmo poder político. Estas, no entanto, não se deixarão iludir por fogos-fátuos de última hora.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:04
Não é só José Sócrates mais a sua comandita a não conseguir continuar a iludir os incautos. É que, para além dele(s), começa a haver, por estes lados, isto é, bem perto de nós, muita gente a sentir um nó no estômago. Muitos sais de fruto irão tomar nos próximos meses.
Luis a 23 de Junho de 2009 às 17:33
Sendo certo que a imagem negativa aqui sucintamente evocada remete, na sua maior parte, para posturas éticas dos políticos, penso que a análise dessa atitude poderá constituir o meio mais fácil para desencadear uma reflexão sobre a classe política. Que tipo de quebras nas promessas são mais frequentes? Para que deveres políticos remetem?
Alice a 23 de Junho de 2009 às 13:58