No auge de António Guterres os analistas políticos classificaram-no com picareta falante, uma vez ter sempre, na ponta da língua, resposta pronta e eficaz para a pergunta mais insólita e/ou repentina. Hoje em dia, Francisco Louça, José Sócrates e Paulo Portas não desmerecem aquele epíteto. Também estes, quais cassetes permanentemente rebobinadas na faixa certa, possuem constantemente os melhores dados estatísticos, as mais genuínas convicções, a maior das certezas e, para além disso, a infalibilidade das suas propostas por mais inverosímeis que sejam.
Basta vê-los nos debates da TV, nas entrevistas, nas acções de rua, onde quer que seja, para podermos contemplar a sua extraordinária eloquência, pois dissertam sobre economia, educação, justiça, saúde, segurança, política externa, etc., etc., tal como o mais sábio dos sábios. É mesmo para dizer que nunca se enganam e raramente têm dúvidas.
Hernâni de J. Pereira