Contras, contras somente os indivíduos da abstenção, esse grande partido em expansão, cujos militantes preferiram ir à praia, passear ou ficar a descansar em casa. Cambada de ingratos, é o que são.
Mas vamos a assuntos mais sérios. Ontem, já a noite ia adiantada, sem querer, ouvimos, mas sem escutarmos, pois esta coisa de escutas tem que se lhe diga, uma conversa que trazemos ao conhecimento dos nossos leitores.
No final de uma noite mista de alegrias e engulhos, o Zé, visivelmente cansado, virando-se para os seus melhores amigos e conselheiros, perguntou:
- Oh, Augusto e Pedro qual é a vossa opinião? Devo falar mais amiúde com o Paulo ou com a dupla Francisco/Jerónimo? É que isto vai ser uma chatice e das grandes, uma vez que os poucos que ontem ainda acreditaram em nós, obrigam-nos a negociar com um ou dois destes gajos. Não gosto nada, mas terei outra solução? Vejam lá! Logo eu que sou um animal feroz, andar a dançar o vira ora com este, ora com aquele. Com a Manuela está fora de causa, pois a mulher está a prazo, tão certo quanto um dos meus homónimos ser um antigo filósofo grego.
E os interlocutores, um tanto ou quanto contrafeitos, pois também eles nada feitos para a flexibilidade e muito menos para cedências, lá muito a custo ensaiaram uma resposta conjunta:
- Eh, pá, talvez seja melhor com o Paulinho. É mais diplomático e em termos radicais então nem se fala. E depois nos modos de vestir não se compara nada com aqueles pindéricos. Aliás, tal como tu, também gosta muito de Armani. Só vemos um problema, isto é, tens que abrir a camisa em pelo menos três botões, logo tu que não tens pêlos no peito!
Hernâni de J. Pereira