Apetece perguntar. Então, um déspota que atirou para a prisão e consequente morte milhares e milhares de seus concidadãos, pelo simples motivo de pensarem de modo diferente, agora também merece um galardão como o Nobel da Paz? Um ditador que privou e continua a privar os cidadãos do seu país, através dos seus correligionários familiares e não só ainda instalados no poder, as mais elementares liberdades, como seja, por exemplo, a de opinião, merece ser louvado?
E, já agora, como estamos no domínio da esquizofrenia, daqui lançamos um repto a Bernardino Soares, digníssimo líder parlamentar do PCP, para avançar também com a candidatura do actual líder da Coreia do Norte, esse manancial da democracia, no dizer daquele, Kim Jong-il, filho do presidente eterno Kim Il-sung. Isto enquanto não lhe suceder o seu filho, com pouco mais de 25 anos, fazendo jus à mais longa monarquia comunista.
Hernâni de J. Pereira