Pouco a pouco, sem que a maioria dê por isso e muito menos mostre sinais de preocupação, caminhamos para um novo paradigma: acabar com os ricos de modo a que todos sejamos iguais, i.e., pobres na verdadeira acepção da palavra.
O BE, comandado pelo clã Mortágua e encontrando um PS totalmente subjugado, senão mesmo de cócoras, não pára e ei-lo a combater qualquer forma de poupança, qualquer sinal exterior de riqueza, numa raiva atroz e intempestiva. Para a frente é que é o caminho. Seja qual for a circunstância da vida, quando surge alguma barreira algures ao longo do percurso ou aquele que caminha sente hesitações sobre o rumo a tomar, eis a querida líder – Costa apenas lhe interessa continuar à tona da água – a dizer-nos, de entre outras pérolas, que “a primeira coisa que temos de fazer é perder a vergonha de ir buscar dinheiro a quem está a acumular dinheiro”.
Ora, quem diz dinheiro, diz comercializar uma casa, adquirir um novo carro, ir às compras ao shopping ou ao supermercado. Isto porque o desejo mais profundo de Mariana Mortágua é o igualitarismo total, é a subversão completa do nosso modo de vida. Mais que indicar uma direcção, a frase refere-se à perseverança de quem deve aprender a contorná-la, e não a deixar-se travar pelos obstáculos que vão surgindo a cada etapa.
Sujeitando-se às mais variadas leituras, aproveita-se aqui o provérbio para enquadrar à luz da conjuntura recessiva em que a economia ultimamente mergulhou. Nada a parará. Olof Palme, esse grande estadista sueco e, de certo modo, pai do estado social, afirmou que o seu desejo não era terminar com os ricos, mas sim com os pobres. Todavia, para a timoneira Mortágua, tal não passa de um ideal que contém uma pudicícia intrínseca, a qual tem de ser urgentemente combatida. Daí a sanha.
Por este andar ainda seremos a Coreia da Europa. Não teremos Kim Jong-un, mas para nossa felicidade desfrutaremos de La Comandante Mortágua, assim cognominada por João Miguel Tavares.