Nessa altura, os que actualmente estão no poder levantaram-se contra o santo e a esmola, gritando aqui del-rei que não havia direito, que era inadmissível, uma vez que estava em causa a mais que possível deterioração das relações profissionais, a perda de qualidade de trabalho, etc., etc. Por outro lado, as forças sindicais movimentaram este mundo e o outro contra tal intenção, promovendo reuniões atrás de reuniões.
Sei do que falo, pois, apesar de, por princípio, estar contra a aludida medida, vi-me impelido, por obrigação legal, de a levar à prática. Sim, eu sei, e não me esqueço do que disseram e quem - em plena reunião geral de docentes. Para além de outras considerações, não se coibiram de afirmar que era um seguidista, um yes man, que não sabia defender os direitos de quem me tinha elegido.
Os anos seguintes vieram desmentir tais vitupérios. Hoje vê-se quem é (in)dependente e quem anda constantemente de braço dado com o poder.
Agora com a criação dos mega-agrupamentos todos aqueles que vociferaram anteriormente estão caladinhos, prestando informações a conta-gotas, mais por pressão dos professores do que por vontade própria, e quando o caso já está consumado.
E mesmo as organizações sindicais limitam-se a distribuir uns comunicados feitos à pressa e sem conteúdo relevante. No fundo, bem lá no fundo, até estão de acordo com a medida, só não o confessando por vergonha. É que, deste modo, é mais fácil arrebanhar os incautos. Vejam o seguinte exemplo: até agora para reunir os professores de um concelho tinham que fazer reuniões em cada um dos agrupamentos e escolas secundárias. A partir do próximo ano basta-lhes marcar apenas uma reunião.
Hernâni de J. Pereira
P.S. Na Escola Secundária de Mealhada realizou-se hoje uma reunião geral de professores e, amanhã, realizar-se-à outra no Agrupamento de Escolas de Mealhada. Na Pampilhosa Sem comentários!