Se a pessoa mais procurada, em 2013, no Google foi, para espanto de muitos, a actriz porno Érica Fontes, destronando o badaladíssimo CR7, não tenho a menor dúvida que a palavra mais ouvida em Portugal foi crise. É, portando sobre a crise que hoje falarei, mais uma vez tendo como guião o que se passou no ano que acabou.
Sempre que a conjuntura se advinha particularmente penosa, independentemente do ponto do globo onde o cenário recessivo se desenrole, é comum escutar-se uma célebre máxima que procura mobilizar os diversos sectores da sociedade, i.e., que das fraquezas façam forças, ou, numa linguagem mais popular, façam das tripas coração, ultrapassando, deste modo, os obstáculos que se vão colocando ao longo do caminho.
Tal mensagem, celebrizada pelo malogrado presidente norte-americano, John Kennedy, em meados dos anos 50 do século passado, e lançada em forma de repto, tem na sua génese o termo crise que, quando escrito em chinês, é composto de dois caracteres: um representa perigo e o outro afigura oportunidade. Sendo certo que existem especialistas para quem esta questão carece de um fundo de verdade, pois, para estes, aquele vocábulo não pode ser assim literalmente traduzido, a questão não deixa, contudo, de fazer algum sentido, sobretudo se analisada à luz dos esforços que muitos encetaram – por exemplo, as exportações aumentaram, com especial destaque para o calçado, a economia cresceu, saindo, ainda que de modo ténue, do campo recessivo.
Mais do que um lugar-comum repetido em contextos motivacionais, a ideia de explorar as oportunidades, mesmo que escassas, que vão surgindo nestes tempos de crise, para melhor poder fazer face aos perigos que se multiplicam, deve ser o mote para todos.
Neste cenário é necessário colocar em marcha estratégias que permitam minimizar as perdas, de modo a ficar o menos possível imune às consequências nefastas da conjuntura.