Quando, pela primeira vez, nos encontrámos, senti uma estranha sensação: era como se, numa breve viagem de pouco mais de meia hora, tivesse entrado num mundo à parte, mas que surpreendentemente revelou traços já habituais, quase familiares. Foi, seguramente, um misto de uma cultura comum, envolta numa atmosfera mítica, de um azul sem fim e livre de sombras misteriosas.
Azinhal, com as suas casas, brancas na maioria e com uma certa predileção para as cantarias negras, foi o ponto de encontro. A paisagem algo exótica e mística denota a diferença e o carácter das pessoas, onde tu te encontras bem retratada e inserida, resistindo ao isolamento e a todas as adversidades da natureza.
A hospitalidade multicolor que denotaste deixou-me inebriado, sinal de que, em boa verdade, representas o símbolo - não digo sempre, mas numa parte – que dominou o poder desmesurado da natureza, a qual tem tanto de bela como de agreste.
Visitar-te não foi somente o cumprir de uma promessa. Foi, antes de mais, ver um novo mundo nascer diante dos meus olhos. Foi, para além da serra, das cascatas, paisagem que, por vezes, se escondia nas brumas, o tornar acessível o que julgava inatingível.
Naquele horizonte sem fim, perdemos a orientação e atingimos o infinito, num tempo que não passou e permanecerá intocável.