Apetece-me falar dos mitos de hoje. Porém, antes de ir aos de hoje, deixem-me dar uma pequena resenha sobre a mitologia.
Como alguns sabem, até melhor que este vosso escriba, o mito, na tradição antiga, tinha, sobretudo, a ver com a dificuldade de interpretar a realidade que cercava os povos de então, bem como descrevê-la e, especialmente, caracterizá-la.
Na ausência dessa capacidade, os antigos usavam símbolos, os quais, na mitologia, assumiam, com frequência, a forma de divindades. Deste modo, os nomes dos vários deuses de diversos povos resultaram deles, pela sua incapacidade de expressão, a sua utilização para referir factos naturais, sentimentos ou até acções, i.e., personificando-as. Assim, desde Vénus personificando o amor, até Marte simbolizando a Guerra, passando por Mercúrio representando o Comércio, havia um sem número de deuses.
Todavia, não era somente nos tempos idos que havia deuses. Hoje-em-dia, recorremos senão mais, pelo menos em igual número. Só que, tal como descreveu Aldous Huxley, em “O Admirável Mundo Novo”, eles possuem outras designações. E, nos tempos actuais, novos mitos se instalam quase diariamente. Senão, de muitos outros, vejamos os seguintes:
(Continua)