O teor deste artigo está longe de ser uma novidade. Por isso, quando decidi partilhar a minha visão sobre o assunto, apercebi-me que o maior desafio não estava em saber o que escrever mas sim como o fazer. Falar sobre a Jornada Mundial da Juventude 2013, sobre a qual quase ou mesmo tudo se tem dito não é tarefa fácil.
A verdade é que os chavões do título “Papa Francisco surpreendeu tudo e todos” ou “O longo areal de Copacabana foi, pela primeira vez, pequeno para tanta gente que quis estar com o Papa” já foram usados e abusados, pelo que só resta uma solução: fazer a diferença através do contexto em que aquele evento decorreu.
As primeiras jornadas, promovidas por João Paulo II, eram abordadas quase como um fim em si mesmo. Os projectos, apesar de gigantescos e pretenderem ser transformacionais, levavam muitos meses a preparar e muitos mais a divulgar, obrigando à uniformização, deixando de lado algo muito importante, i.e., a transversalidade e a multiculturalidade, deixando marcas pouco profundas nos jovens. Acredito, até, que os anteriores encontros terão sido traumáticos para alguns dos seus participantes.
Contudo, foram, inegavelmente, necessários. Os jovens são diferentes, alteram-se ao longo dos anos e, sobretudo, mudam os líderes, ou melhor, por vezes, basta mudar o líder máximo, como é o caso do Papa Francisco, para se registar o prodígio da multiplicação.
Hoje, as jornadas quase que poderiam ser classificadas – os puristas que me perdoem - como commodity e, ao contrário do que possa parecer, isto é muito positivo. Não só porque os jovens fazem bem o seu trabalho, mas principalmente porque a Igreja reconheceu a necessidade de adoptar soluções mais amplas de integração como forma de ajudar aqueles a atingir os seus objectivos estratégicos. Ficou provado que o Mundo não está perdido e teremos de esquecer a velha frase “fica-te Mundo cada vez pior”.
Creio que poderemos todos concordar com a premissa de que, actualmente, existem muitos jovens com um suporte de vida assente nos mais nobre valores. Jesus Cristo continua a fazer milagres. Tendo isto em mente, a vantagem do Papa Francisco – chamo a atenção que a designação de Sumo Pontífice está, e ainda bem, a perder força – é a “competição” com base na simplicidade e no sorriso, posturas que proporcionam naturalmente a adesão e potenciam o amor a Deus. E isso faz toda a diferença.