Aparentemente, progride-se na direcção certa, embora seja também evidente que é preciso acelerar o passo, pois o ponto de partida é desfavorável na maioria das dimensões.
Nunca como hoje os portugueses viveram um tão importante momento no que toca à sua capacidade de mudança. A mudarem de forma constante, infelizmente, na maior parte das vezes, para pior, mostram que estamos a diversificar, isto apesar dos muitos percalços que acontecem pelo caminho.
Todavia, se tal cenário se generalizasse significaria que o país estava, finalmente, a apostar em devida medida naquela que vem sendo apontada como uma das saídas para a miséria final, uma vez que estamos a ser bloqueados não só a nível das estratégias – a crise, a austeridade e o pior, o clima a isso conduzem -, como o nosso próprio estado de espírito a isso ajuda.
Estamos desesperados, angustiados e, sobretudo, aborrecidos, sendo que o país necessitava exactamente que estivéssemos em contra-ciclo relativamente a este estado de espírito. Quase me atreveria a dizer que é um autêntico acto de irresponsabilidade social apostarmos nesta postura. Mas quem se atreverá a atirar a primeira pedra, uma vez as notícias serem aquelas que vemos diariamente e, ainda por cima, nem o tempo ajuda.
Ah, já agora meditem no velho adágio “chuva e frio pelo S. João, ano sem vinho, azeite e pão”.