Hoje em dia possuir uma licenciatura, um mestrado ou mesmo um doutoramento já não tem, necessariamente, o impacto directo na questão da empregabilidade que tinha há meia dúzia anos. Atenção que, com isto, não quero dizer que os estudos, o progresso académico, não sejam importantes, bem pelo contrário, uma vez continuar a ser adepto incondicional de que o saber nunca ocupou lugar, para além de ser uma mais-valia. Contudo, em tempos de despedimentos, nenhum cargo está a salvo e são cada vez mais os profissionais que procuram no mercado um curso que lhes abra novas portas ou reforce as suas competências profissionais.
Para os que estão numa situação de desemprego e procuram regressar ao mercado de trabalho, a aposta vai sobretudo para a reconversão profissional apostando em formações de curta ou média duração em idiomas, tecnologias, liderança, gestão ou técnicas comerciais. Áreas, porém, que podem de facto abrir portas, mas que não garantem, por si só, uma reconversão profissional com empregabilidade assegurada. Se para os menos jovens novas formações é aconselhável, para os jovens pode não ser bem assim. Para estes é absolutamente necessário que decidam muito bem qual a formação na qual vão investir. Aliás, o conselho dos especialistas é prudência.
Se é um dado adquirido que a licenciatura actualmente já não é suficiente – salvo os boys das “jotas” – para conseguir emprego, somar pós-graduações, mestrados e doutoramentos em áreas diversas pode ter até um efeito negativo, i.e., o que se designa por “excesso de qualificações” aos olhos dos empregadores. O segredo, como salientam as principais agências de recrutamento e selecção, é saber identificar as reais necessidades do mercado e antecipar aquilo que as empresas vão necessitar no futuro.
Sabendo, de antemão, que não existem receitas milagrosas, há, todavia, cursos em que é fácil perceber que o país tem excesso de oferta, como, por exemplo, nas áreas ligadas ao ensino, ao direito e ao marketing, entre outras.