Austeridade, cortes, desemprego, contenção, insolvência, entre outras do mesmo cariz, são palavras que entraram no dicionário da crise que os portugueses já conhecem de cor e salteado. Mas, diariamente, não faltam novas entradas. Aliás, elas surgem em crescendo, à medida que se encurtam os rendimentos disponíveis para fazer face às despesas e aos investimentos.
A discussão de assuntos relacionados com a economia e as finanças, outrora reduto quase exclusivo de especialistas, entrou no quotidiano nacional e está na boca de todos. Igualmente na mão de todos está, como não poderia deixar de ser, a preocupação de fazer bem as contas para que não haja derrapagens nos orçamentos familiares e empresariais, pondo a tónica sobre a necessidade de gastar melhor, gastando menos.
Nestes cálculos entre o deve e o haver, entram, porém, as variáveis da segurança e da estabilidade podem representar ganhos bem superiores aos gastos pressupostos. Para isso mesmo serve, aliás, a Educação, tornando mais fácil a vida e os compromissos de quem a aproveita, minimizando os riscos e os prejuízos em situações inesperadas e indesejadas.
Contudo, a Educação não está imune à conjuntura, tendo que se ajustar às exigências da crise, que pede sacrifícios mais abrangentes e custos mais controlados, indo ao encontro da actual realidade económica.
Sendo verdade o anteriormente escrito, não é menos certo que o cortar a direito e, na maior parte das vezes, a torto, não aproveita a ninguém. Sem querer ser acusado de puxar a brasa à minha sardinha, é do mais curial bom senso que a educação e a saúde deverão ser os sectores onde, a haver cortes, estes terão que ser cirúrgicos e muito contenciosos. É que não nos podemos esquecer daquela máxima que diz: só acha a educação cara quem nunca experimentou lidar com a ignorância. Ensaiem e verão os verdadeiros custos!