A sério! Onde realmente somos mesmo bons é nas análises. São raríssimas as pessoas que não têm uma opinião seja sobre o que for. Por isso, é tão complicado não cair na tentação da (bi)polaridade entre o “extraordinário” e o “péssimo”. Aliás, acerca desta tema creio que já foi dito tudo e mais alguma coisa: basta ver televisão ao serão e rapidamente se percebe, até à exaustão, que o país está cheio de analistas, experts, políticos mais ou menos conhecidos, “armados” em comentadores independentes, que apresentam soluções para tudo, fazendo lembrar os antigos vendedores de “banha de cobra”, que andavam de feira em feira, apregoando um produto que curava todos os males.
Em tempos, no “The New York Times”, Einstein escreveu que “não se pode pretender que as coisas mudem se fizermos sempre o mesmo”. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite. É na crise que surgem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Aliás, sobre estas últimas, para comprovar o que disse anteriormente, basta recordarmo-nos de que foi na guerra onde se estudaram e aplicaram as melhores.
Quem supera a crise, supera-se a si mesmo sem ficar, de modo algum, ultrapassado. Como se costuma dizer, não adianta chorar sobre o leite derramado, exigir o que já não existe, não obstante, muitas vezes, ter esse direito.
Este é o momento de discernir, de fazer as coisas de modo diferente. A história ensina-nos que após uma grande crise surge uma nova fase. As sociedades também têm os seus ciclos. E como li o outro dia “o tempo só não serve para quem não pode esperar”.