Ninguém tem dúvidas que o governo está a implementar uma brutal política de austeridade. Teria outras hipóteses? Apesar de todos sabermos que existem vários caminhos para chegar a um destino, desde que se queira chegar no momento e na hora certa, a receita não poderá ter muitas variâncias. Milagre da multiplicação dos pães e dos peixes só Cristo e este foi crucificado há mais de dois mil anos.
Contudo, estamos a chegar a um ponto sem retorno, pelo que mais do que nunca é fundamental a mobilização de todos os sectores, para evitar a completa desagregação. Especialmente no sector do ensino – friso, mais uma vez, a palavra ensino – é necessário demonstrar publicamente que se gere bem e abandonar, de uma vez para sempre, o “faz de conta”. Evidenciar o papel da Escola enquanto factor impulsionador do desenvolvimento sustentável do país nunca é demais e, hoje-em-dia, imprescindível.
O que não se pode, efectivamente, fazer é assistir, impavidamente, à destruição da Escola por se andar com salamaleques para aqui e para acolá, passar o dia no beija-mão a este ou aquele, só porque têm algum poder e, sobretudo, tentar passar entre os pingos da chuva sem se molhar. Há que valorizar esta actividade e, principalmente, dignificar os professores, dando-lhes força e poder disciplinar. Mais do que nunca é tempo de mostrarmos de que lado estamos.
Aquilo que ouvimos diariamente nas escolas não é tanto o peso do muito trabalho, da imensa burocracia a que os docentes estão obrigados, apesar de não ser de somenos importância. Acima de tudo, as queixas vão para a falta de educação - no sentido literal do termo -, na indisciplina que grassa no recreio, nos corredores e, fundamentalmente, dentro da sala de aulas.