Como é do conhecimento geral a minha formação de base não é História, nem é Ciências Sociais e, muito menos, é Política. Todavia, não é necessário ser um expert em História ou em Política para perceber que o estado a que Estado chegou não só era, há muito, previsível, como o prognóstico do que ainda está para vir não está somente nas mãos dos advinhos. Nós bem o sabemos.
Há uns meses foi feita uma sondagem sobre algumas temáticas. Não querendo, por não ser este o lugar adequado para tal, alongar-me em grandes considerações, saltou-me porém, à vista que a maioria das pessoas tinha plena consciência que o actual e os próximos dois ou três anos iriam ser muito difíceis, uma vez que tinham de ser tomadas várias medidas de austeridade, sem as quais não poderíamos sair do “buraco” em que estamos atolados. Afinal, resumindo, o povo não é parvo e sabe muito o que quer.
Por outro lado, estou cansado de ratings, da troyka e dos que de manhã são políticos e à tarde são comentadores, não fazendo mais que dizer o óbvio. Todavia, começo a não ter paciência mesmo é para os políticos profissionais, quais vendedores de banha de cobra, principalmente das suas picardias de adolescentes, apontando constantemente baterias uns aos outros, como se qualquer um deles estivesse isento de culpa – as escassíssimas excepções só confirmam a regra.
Ninguém possui a poção mágica para salvar o país. Acredito que umas soluções são bem melhores que outras, mas nenhuma é milagrosa. O certo é que a sede de poder cega a visão da realidade e nos galhardetes que trocam pouca ou nenhuma informação relevante existe. Por exemplo, a instabilidade política que se viveu nos últimos meses do consulado de Sócrates não foi causa, foi, antes, consequência de uma forma desaconselhável e inadequada de estar e fazer política.
Lógico que a economia não fica incólume a este mal-estar. A falta de investimento, a legislação laboral obsoleta que gera precaridade e desemprego, o laxismo e o facilitismo, a desenvergonhice de quem acumula grandes pensões com altíssimos vencimentos, aí estão a prová-lo.
Acredito em Passos Coelho como homem bem-intencionado e que, apesar das contradições, tem condições para fazer qualquer coisa que os nossos filhos possam usufruir. Não leio a Bíblia todos os dias, mas também não sou completamente leigo na matéria e um dia destes, num dos Evangelhos, Jesus afirmava “Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa”. E, olhem, Ele diz a verdade!