Chegada que é a hora da divulgação, na maior parte das escolas, dos resultados da avaliação do desempenho docente (ADD), a discórdia instala-se. Como era de esperar, há uma minoria que se sente muito confortável, uma maioria que se acha (enormemente) injustiçada e, por último, uns tantos que se mostram indiferentes. Uma coisa é certa, a classificação atribuída, principalmente a referente aos escalões mais elevados, vulgo excelente e muito bom, é o pomo da desarmonia.
Como é óbvio, não faltam vozes de queixume. As expressões “teve tal avaliação porque é amigo do relator e/ou do director!”, “como é possível ter aquela nota quando é uma baldas em assiduidade e até em termos pedagógicos?”, “então, e aquele que apenas trabalha para o show off?”, entre tantas outras, ouvem-se amiúde.
Sendo certo que não existe nenhum modelo de avaliação que agrade a todos, também não deixa de ser verdade que existem erros de palmatória, os quais, se tivesse havido o mínimo de bom senso, não veriam a luz do dia.
Todavia, para a discussão importa aqui realçar a divulgação da aludida avaliação. Algumas pessoas dizem que leram – não conseguem é dizer onde – que tal é ilegal. Outras, porém, afirmam que a legislação proíbe, sendo, porém, incapazes de apontar qual. Acarreta dizer que tal prática podendo originar um ou outro inconveniente, alavancaria vantagens que superariam as adversidades, pois evitaria a especulação e alguma maledicência e, sobretudo, aumentaria - e de que modo! - a transparência. Pessoalmente, até prova em contrário, continuo a dizer que é legal, pois desconheço legislação que proíba que tal informação seja pública.
Diga-se, em abono da verdade, que apenas a quem avalia, e principalmente às chefias, interessa que tal fique no segredo dos deuses, pois sabem, de antemão, que com a sua divulgação seriam questionados, cara a cara, pelos docentes, pelo que se torna óbvio, que isso é a última coisa que querem.
Por outro lado, devem lembrar-se que, em tempos, correu um email apelando que os professores avaliados com excelente ou muito bom lhes fosse dado a leccionar as turmas mais difíceis, como sejam, por exemplo, os CEF e os PCA. Ora, achando a ideia muito interessante, pela justiça que a mesma encerra, a mencionada publicitação só vinha ajudar o caso.