Parece que foi ontem, mas a verdade é que já passaram vinte e sete anos. Fruto muito desejado, intenso, complexo e assente numa forte identidade, muito antes até do entendimento das pessoas. Aliás, mesmo após a relação (des)construída continuaste a ser o mais ambicionado.
Com excepção de escassos hiatos, os sobressaltos de uma vida a dois foi aproveitada em tudo o que era possível, guardando na memória as recordações e na alma a saudade de pessoas muito queridas que, infelizmente, já não estão entre nós.
Foste e és uma questão de paixão, sobretudo, pela tua forma de ser, pelo teu património genético e, sobretudo, pelo teu intrínseco valor. O acreditar no valor da solidariedade e na filosofia da disponibilidade excedentária sempre nos uniu.
E o certo é que continuas a ser o principal prisma da minha existência. Ou melhor, uma série de prismas, umas vezes, aparentemente em desequilíbrio, outras em perfeita união, mas sempre transmitindo uma sensação de segurança, tendo como objectivo evocar a alegria, o prazer e, ao mesmo tempo, constituir-se como um hino a todas as pessoas que nos ajudaram – principalmente a ti, minha filha – a viver sempre de cabeça erguida.
A tua forma de ser, fundamental na gestão do que te rodeia, a qual não é exercida por visões sectoriais, mas sim de forma integrada e humana, prepara-te para conceber outras vidas, mas sempre unida naquilo que é fundamental para o exercício de uma atitude sã, de modo a manter a paz de espírito.
Parabéns querida filha.