Quem está atento à problemática que envolve o desemprego e, sobretudo, aquele que grassa entre os jovens licenciados, tem visto que a emigração destes é cada vez maior e observa que os mercados mais apetecíveis são o inglês e do norte da Europa.
Bem sei que tal não se faz por novas cartas de chamada, semelhantes àquelas que fizeram furor no séc. XIX e por quem tantos e tantos portugueses ansiavam. Hoje, como ainda recentemente aqui escrevi - e ainda bem que assim é -, o dinheiro já não circula em libras de ouro escondidas num malão transportado num porão de qualquer navio que cruze o Atlântico, pois, por um lado, o dinheiro há muito que deixou de ser abundante, e, por outro, tornou-se uma ferramenta essencial para o desenvolvimento das sociedades, sendo que esta é a lógica das oportunidades que se abrem em todos os lugares.
Um país, como o nosso, com enormes carências, mas onde a classe média tem algum peso, na sequência da inequívoca elevação da pirâmide social e onde o crédito, nomeadamente à habitação, é elevado, num fluxo de dinheiro indispensável ao crescimento e ao desenvolvimento, ao dispor de uma população cuja capacidade de endividamento já atingiu o seu máximo, não é, de modo algum, um mundo de oportunidades, isto para não falar de “El Dourado” que, aliás, nunca o foi.
Por isso, as oportunidades que se abrem nestes novos locais são muitas. Todavia, exigem de quem as procura muita transparência e também um espírito aberto à constituição de parcerias.
Mais: as oportunidades da internacionalização do nosso mercado de trabalho, repito, existem, mas exigem muito trabalho e não se consolidam do dia para a noite, como alguns podem pensar na ilusão do sucesso fácil. Nunca o foi e muito menos o será actualmente.
Por último, importa aqui realçar que conseguir alcançar o tão desejado “sim” para este “salto” do séc. XXI é também sinónimo de exaurização do futuro deste país, pois, como é facilmente compreensível, ao perdermos o que de melhor temos, não é com os piores que vamos longe.
Adenda: Sabem que cerca de vinte por cento dos jovens portugueses entre os 20 e os 30 anos de idade não trabalham nem estudam e que, em Espanha, esse número salta para os cinquenta por cento. Sem dúvida, fruto de políticas socialistas. Já agora, vale a pena pensar nisto.