Não, meus caros amigos, não é utopia, mas para lá caminhamos. Isto para bem de uns poucos e mal de muitos. A sustentabilidade de quem pensa proceder num lado de um certo modo e noutro completamente ao contrário é o que dá.
Hoje-em-dia desafiam-nos constantemente a conceber “modos de vida” auto-suficientes, alimentados através de “energias” sem custo, esquecendo que “não existem almoços grátis”, isto é, que mais tarde ou mais cedo tudo pagaremos.
E, os respectivos promotores, para comprovar a eficácia da sua aposta tentam, durante curtos intervalos de tempo, produzir mais do que consomem. E realmente conseguem, pelo menos momentaneamente. Todavia, trata-se da mais pura das falácias, pois, de seguida, qual “aproveitador de farelo, estragador de farinha”, o gasto é muito superior ao compensado anteriormente.
Sendo certo, porém, que o ideal jamais se alcançará, também não deixa de ser verdade que devemos lutar pelo lado belo das coisas, esteticamente apelativo, luminoso e confortável. Todos almejamos por aumentar, de forma equilibrada, claro está, o nosso bem-estar, ampliar o campo social e possuir uma organização modular. Contudo, uma coisa é o desejo, outra, bem diferente, é o que se pode ter. Recantos existem e, principalmente, escadas surgem, quase de imprevisto, que ora nos transportam superiormente, ora nos levam a caves desconhecidas. E tudo isto, por muito que nos custe, tem de ser equacionado. Como é evidente, outros espaços existem. Espaços estes que nos levam a sonhar com outros pisos e/ou pousos bem mais agradáveis, onde o deleite se derrama num ambiente relaxante, fluido e, fundamentalmente, bem mais equilibrado.
Um último apontamento. Prosseguindo na linha do clean is beautiful há que ter presente o desenho linear, a palavra honesta e o sentido do dever.
Neste tempo quaresmal não é demais realçar que do antigo se pode fazer novo, podendo, assim, ganhar uma diferente patine.