O meu ponto de vista

Janeiro 19 2011

Ministro da Administração Interna – sem força nem carisma, limitando-se a pouco mais que gerir a casa. A extensão dos fogos que, no Verão passado, assolou o país e a incapacidade que demonstrou para, no terreno, lhes fazer frente, justificam plenamente o anteriormente dito. Manter, à viva força, os governos civis, quando não existe qualquer razão para a sua existência, só pode ser fruto de um total alheamento dos interesses do país, pois tais “árvores”, por terem, há muito, ultrapassado o limite de idade, apenas servem para dar cobertura aos desempregados do PS. Veja-se, a título meramente exemplificativo, o que aconteceu em Aveiro: o re-candidato do PS perdeu as últimas eleições para a CM de Espinho, mas como não sabe fazer mais nada, trataram, logo, de lhe arranjar um “tacho”, isto é, nomearam-no governador civil de Aveiro.

Outro caso paradigmático de má governação e pior gestão dos dinheiros públicos foi a aquisição das cinco viaturas blindadas para a PSP, com o argumento da preservação da ordem pública aquando da última cimeira da Nato, realizada, em Lisboa, em Novembro último. Tudo isto, quando a GNR já possui este tipo de carros e atravessamos a pior crise económica de sempre. Como o assunto foi tratado em cima do joelho, como é timbre dos socialistas, tais veículos não chegaram a tempo daquele evento. Mas a pouca vergonha não morreu aqui. Para justificar os 5 milhões de euros inventam, de imediato, que, afinal, a PSP necessitava daquele tipo de material para entrar nos bairros problemáticos da capital. Todavia, face ao sussurro levantado pela opinião pública, em mais uma das muitas trapalhadas em que são mestres, os socialistas inventam um pretexto para não receber os três carros que faltam. Como é óbvio, o caso está em tribunal e acabaremos todos por pagar e com língua de palmo.

Ministro da Defesa – um político com enorme traquejo e grande influência no inner circle do primeiro-ministro. E de tal modo possui valor que, apesar da enorme crise e de um défice extraordinário, conseguiu avultados aumentos para os militares nos finais de 2010. De entre outros defeitos, nas suas intervenções públicas comporta-se, por vezes, como um elefante numa loja de porcelana. É exemplo disso a sua frase perfeitamente boçal “eu gosto é de malhar na direita”.

Ministro da Presidência – um autêntico “cão de fila” de José Sócrates. Seu amigo íntimo, conselheiro e confidente é, sem margem para dúvidas, a sombra parda daquele. Um político que, à priori, não dá nas vistas e, por isso, desconhecido do grande público, tem, porém, na retaguarda, arte e engenho para mexer os cordelinhos da (des)governação. Foi, aliás, este ministro que, aquando dos momentos mais periclitante da ex-ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues, deu cobertura às iniciativas desta nas conferências de imprensa que se sucederam aos respectivos Conselhos de Ministros, isto é, logo após as tomadas de posição, imensamente contestadas, como é bem sabido, sobre a avaliação dos professores.

Ministro das Finanças – sem qualquer margem de dúvidas, o político que mais desiludiu os portugueses. Não é por acaso que todos nos interrogamos como é que um reputado professor de finanças, um insigne académico, com provas mais que dadas em gestão orçamental, se deixou enredar numa teia, diria até, num polvo, capaz de esbanjar à “tripa forra” tanto e tanto dinheiro, quando todos - analistas ou não - sabiam que a bolha da crise estava para rebentar. Pior ainda: como foi capaz de deixar arrastar a situação, não conseguindo dar um murro na mesa e dizer, alto e em bom som, “basta”? Como foi possível continuar com uma postura completamente laxista, de tal modo que, após aquela ter rebentado, o Estado tenha continuado a engordar? Relembro que, mesmo hoje, e apesar de todas as medidas de contenção, por cada dia que passa, a nossa dívida pública aumenta 230 milhões de euros.

Depois vem o caso do BPN, uma instituição liderado por um bando de malfeitores, onde muita gente se aproveitou. E não foram só elementos do PSD, pois até a própria Segurança Social, liderada por Vieira da Silva, “insigne” ministro da anterior governo, tinha lá para cima de 500 milhões de euros, isto para não falar de muitos outros socialistas, estes a título individual. Por outro lado, o governo, e principalmente Teixeira dos Santos, ainda não deram cabais e esclarecedoras explicações sobre a sua nacionalização. Não é por demais dizê-lo que os argumentos até agora vindos a público não convenceram ninguém. E o certo e sabido é que já lá estão enterrados 5 000 milhões de euros e não ficará por aqui. Apostam?

Depois vem o caso do enorme défice, o qual esteve bem perto dos 10%., o qual só desceu para cerca de 6,7% graças a receitas extraordinárias, tais como a venda de imóveis, numa operação de mera engenharia financeira, e à incorporação do fundo de pensões da PT. É certo que esta última medida nos alivia momentaneamente. Todavia, futuramente, será mais uma pedra (e grande) que levará a Segurança Social ao fundo.

Por último, vem o corte, cego e surdo, às regalias sociais e aos salários da função pública. Cortar na “gordura” do Estado, na máquina trituradora das fundações, grupos de trabalho, missões, institutos, direcções regionais, empresas públicas e demais quejandos burocráticos, nada. E muito menos nos ordenados chorudos que nestas se praticam. A explicação é simples: aqui abundam os boys e girls socialistas e esta gente é como as vacas na Índia, ou seja, são sagradas e intocáveis.

(Continua)

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:05

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