Adoro a época natalícia e, por isso, procuro vivê-la na maior harmonia e paz possível. Indo ao encontro dos tempos que correm, demando a contenção e, nessa ordem de ideias, o consumismo, por mim, há muito que já não constava dos dicionários.
Todavia, este estado de espírito não me impede de analisar o que vai pelo mundo e, sobretudo, o que se passa no nosso país.
Assim, é com a maior perplexidade que tomei conhecimento de que a GNR promoveu recentemente cerca de 4000 dos seus militares, enquanto a PSP fez o mesmo com 1200 polícias. Tudo isto com a maior naturalidade, no dizer dos seus responsáveis, os quais adiantaram ainda que o fizeram neste momento, pois em 2011 tal seria impossível.
Entretanto, vendo o desenrolar das nossas contas a agência de notação financeira Fitch cortou, hoje, o rating de Portugal de AA- para A+, justificado com maiores dificuldades de financiamento tanto do Estado como dos bancos. Como é óbvio, para quem tem empréstimos bancários, como, aliás, acontece com a maioria dos portugueses, isso significa maiores prestações mensais.
Assim vai este Natal neste país chamado Portugal.
Sinceramente, se fosse mais novo emigrava. Nunca a desilusão foi tão grande.