Já os romanos afirmavam que à mulher de César não bastava ser séria. Era necessário também parecê-lo. Lembrei-me deste aforismo a propósito da polémica desta silly season em torno de Duarte Lima.
É evidente que a herança de Tomé Feteira, face aos milhões em jogo, desperta paixões, ódios e, como por vezes acontece, diria quase inevitavelmente, também crime.
Já o disse e repito que não coloco as mãos no fogo por ninguém. E que existem muitos factos por explicar, cuja nebulosidade nos deixa um amargo na boca, é óbvio. Todavia, daí a extrair-se a ideia de que aquele ex-político tenha algo a ver com a morte da ex-secretária/ex-companheira daquele empresário vai uma enorme distância.
Temos observado uma constante especulação, um mexer e remexer diário no assunto, fundamentalmente promovido por pessoas que, acima de tudo, querem desviar o interesse dos portugueses dos assuntos que os devem preocupar e, deste modo, esconder a enorme inoperância governamental.
Apesar de se ter afastado, há vários anos, de qualquer actividade política, não nos podemos esquecer que Duarte Lima foi um proeminente político do PSD, tendo chegado a ser seu líder parlamentar. No fundo o que se quer é basicamente associar a ideia que o partido social-democrata é constituído por gente capaz de tudo.