Estamos no Natal. Época para que o Estado, a sociedade civil, empresas e organizações activistas da dignidade humana devam procurar inspirar-se sempre no espírito essencial no qual assenta a acção humanistas com aqueles que mais sofrem e, concomitantemente, munir-se com as teorias, instrumentos, métodos e técnicas que a ciência, enquanto talento supremo do género humano, coloca ao nosso dispor, para procurarmos as respostas mais adequadas para os problemas do nosso tempo.
O essencial, quando nos referimos à intervenção em acção social, encontramo-las nas catorze obras da misericórdia. Está lá tudo. Na redescoberta constante das obras de misericórdia espirituais – dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo, dizer com respeito os vivos e os defuntos -, e corporais – dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, visitar os enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos - nunca deixaremos de ter consciências dos princípios e valores centrais que devem conduzir a acção com aqueles que vivem nas “periferias existenciais”.