Alguém quer uma cadela, de tamanho pequeno – sim, bem sei que este conceito é relativo -, com cerca de oito meses e que mal ouve e/ou vê um outro cão a passar na rua, uma pessoa mais ou menos estranha que se aproxime da casa, um gato em cima do muro, não se cala, principalmente durante o dia, mas não se nega a ter o mesmo comportamento à noite?
Passo os dias a gritar “Luna, cala-te!”. Algumas vezes – não são assim tão poucas como isso - obriga-me a ir junto do espaçoso canil e ralhar-lhe de forma menos carinhosa.
Uma pessoa, por amor da neta, arranja, através de doação, um animal de companhia. Depois o que acontece? Enquanto a cadela é bebé, anda com ela por todo o lado, só não dormindo com a mesma porque não deixo. Um bom desassossego.
Porém, como não há bela sem senão, e como é óbvio, esta acaba por crescer e deixa de ter tanta graça. Por outro lado, tem maiores necessidades, ou melhor também faz as suas necessidades, obrigando a limpeza semanal, pelo menos, do canil, bem como dar-lhe banho torna-se mais difícil. Em resume, o avô assume todos estas e outras tarefas, uma vez que a Laurinha só vem ao fim-de-semana e não todos. E quando vem os interesses são outros. Todavia, as minhas inquietações sobem a um nível alarmante.