Em tempos que já lá vão, havia imensos dias em que só faltava dormir no serviço que, então, dirigia. A minha filha dizia-me que levasse um colchão. Desculpa filha!
Diariamente, antes das oito da manhã já lá estava. Colocava a pasta no meu gabinete e depois dava uma volta pelas diversas instalações. Falava com este e/ou aquele aluno, apoiava os funcionários e, sobretudo, dava uma sensação de segurança aos pais e encarregados de educação. Apenas voltava àquele após a entrada de todos os alunos na sala de aula. Infelizmente, pessoas havia que não gostavam desta postura: umas por má intenção, outras por comportamento relapso e inadequado achavam que tal consubstanciava uma atitude policial. Sem sombra para dúvidas que não era. Todavia, de modo algum podia fazer que não via o que há minha frente se passava. Aliás, sempre respondi que quem não deve não teme.
Na esmagadora maioria dos dias saía depois das oito da noite. Contudo, muitos testemunharam que dias houve que às dez/meia-noite e ainda estava a trabalhar. Fazia-o com sentido de dever e, sobretudo, com gosto.
E quantos fins-de-semana, principalmente na tarde de domingo, os passei na escola a preparar reuniões, a ler legislação, a despachar este ou aquele assunto, a responder a mil e uma questões, entre tantos outros assuntos?
Arrependido? De modo algum. Não voltaria a fazer tudo de igual forma, mas jamais nos podemos deplorar de trabalhar o máximo possível.